Brucelose e tuberculose animal são tema de reunião na regional de Dionísio Cerqueira
Foto: Manoely Dias Cogo / ADR Dionísio Cerqueira
A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) está empenhada em eliminar a tuberculose dos rebanhos do estado de Santa Catarina e reduzir as perdas de produtividade no campo. Os bovinos com tuberculose são encaminhados para abate sanitário e o produtor que cumpre a legislação é indenizado pelo Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fundesa). Quanto mais rápido se encontrarem os animais positivos, menor é o prejuízo da propriedade e mais rápido é solucionado o problema.
Recentemente a Gerência de Políticas Socioeconômicas Urbanas e Rurais da Agência de Desenvolvimento Regional de Dionísio Cerqueira, em parceria com a Cidasc, realizou uma reunião com secretários municipais de agricultura e veterinários dos seis municípios que compõe a ADR para falar sobre a brucelose e Tuberculose animal. Na reunião foram repassas informações sobre procedimentos a serem adotados nas propriedades e ainda ficou definido que cada município irá realizar reuniões com os agricultores para que ações sejam desenvolvidas e as propriedades possam conseguir o certificado de propriedade livre da doença, podendo assim valorizar e melhorar a qualidade do produto que é oferecido.
O Gerente de Políticas Socioeconômicas Urbanas e Rurais Valdomiro Rodrigues destaca que a intenção é de que todos os municípios da ADR Dionísio Cerqueira possam desenvolver ações para que o número de casos da doença diminua.
Sobre a doença
A Tuberculose é uma doença que atinge, principalmente, os bovinos e bubalinos e pode causar emagrecimento, tosse e queda na produção de leite. É comum a condenação de carcaça em abatedouros por achados de lesões sugestivas de tuberculose. A doença pode atingir outras espécies de animais, inclusive o homem. A contaminação nos animais se dá de várias formas, seja pelo contato direto quando os animais se lambem, contato com a água e alimento contaminado por animal doente, quando o animal doente tosse perto de outro sadio, durante alimentação no cocho por contato direto e alimentação com soro de leite contaminado, pois o terneiro pode se contaminar ao mamar ou ao receber leite de outra vaca doente.
Para saber se os animais estão doentes, é preciso ficar atento a alguns detalhes, como a diminuição de produção leiteira nas fêmeas, tosse constante e resistente a tratamentos, além do emagrecimento na fase final da doença.
Suspeita da doença
Quando houver suspeita da doença, o produtor deve procurar um médico veterinário habilitado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa para realizar exames de tuberculose. Os escritórios da Cidasc possuem a lista dos nomes e contatos dos médicos veterinários habilitados.
O exame é feito mediante a realização de duas visitas de um mesmo médico veterinário à propriedade. No primeiro dia, é feita uma inoculação no animal, depois de 3 dias, ocorre a segunda visita para fazer a leitura da reação em cada animal por meio de um equipamento apropriado.
Contaminação humana
A contaminação nos humanos se dá com contato direto com animais doentes, ao tomar leite cru ou comer queijo contaminado e ao abater/carnear animais com a doença. Os principais sintomas nos humanos são tosse constante por mais de 3 semanas, emagrecimento, cansaço excessivo, febre baixa (geralmente à tarde) e sudorese noturna.
Como evitar a doença
Só compre animais que tenham exame negativo para Tuberculose, faça exames de Tuberculose em todo o rebanho para conhecer a situação de saúde dos animais, lave sempre as mãos após lidar com seus animais, ferva sempre o leite antes de beber ou de oferecer para algum animal e não alimente cães e gatos com leite cru, eles podem manter a doença na propriedade. Não há vacina nem tratamento para animais com tuberculose. Os animais positivos devem ser sacrificados e os produtores podem solicitar indenização ao Fundesa.
Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose
O objetivo do Programa é diminuir ou até mesmo erradicar a prevalência e a incidência de casos de Brucelose e Tuberculose bovina e bubalina e certificar propriedades que ofereçam ao consumidor produtos de baixo risco sanitário. É realizada investigação de possíveis focos, por vigilância ativa, mediante a parceria com Agroindústrias do Setor Leiteiro (Laticínios).
O Certificado de Propriedade Livre de Brucelose e Tuberculose certifica a propriedade que cumpre o que estabelece o Artigo 57 do regulamento Técnico do PNCEBT. De acordo com o Mapa, a proposta do Programa foi elaborada com a participação de especialistas e pesquisadores em epidemiologia, em medicina veterinária preventiva, e em Serviços de Inspeção e Defesa Sanitária Animal.
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