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Mais de cem detentos farão provas do Vestibular de Verão da Udesc no domingo

Vestibular de Verão 2017 da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) aplicará as provas no domingo, 27, das 9h às 12h30 e das 15h às 19h30. Entre os mais de 12 mil candidatos, 114 são detentos: 88 (77 homens e 11 mulheres) do Complexo Penitenciário de Florianópolis e 26 (todos homens) da Penitenciária Industrial Jucemar Cesconetto, em Joinville.

Esta será a a segunda vez que o concurso ocorrerá dentro de penitenciárias. Em junho, no Vestibular de Inverno 2016, houve provas no complexo de Florianópolis. Para esta edição, a Coordenadoria de Vestibulares e Concursos (Covest), da Udesc, disponibilizou 12 salas e 24 fiscais, além de três coordenadores, quatro auxiliares e 16 seguranças.

Segundo a coordenadora Rosangela de Souza Machado, a iniciativa surgiu a partir do projeto de extensão “Novos horizontes: a universidade nos espaços de privação de liberdade”, liderado pela professora Geysa Abreu, do Departamento de Pedagogia do Centro de Ciências Humanas e da Educação (Faed), da Udesc na Capital.

Rosangela conta que os cursos mais procurados pelos detentos são os de Administração e Educação Física. “Em seguida, aparecem os de Pedagogia, História e Geografia”, afirma. Além de ser aprovado no vestibular, o apenado precisa obter autorização judicial para ser admitido em uma universidade.

“A permissão geralmente é concedida quando o detento está no regime aberto ou semiaberto. Além disso, o fato de prestar o vestibular pode ajudar na concessão de benefícios”, esclarece a coordenadora.

Sobre o projeto de extensão

De acordo com a professora Geysa, é indiscutível a necessidade de haver políticas públicas e ações da sociedade que possam auxiliar na inserção social de presos, na prevenção e na redução da violência na sociedade e na redução de pessoas encarceradas.

Entre outros objetivos, o projeto Novos Horizontes visa implementar uma política de inclusão para internos e egressos do sistema prisional; desenvolver processos de formação para docentes, assistentes sociais e agentes penitenciários; organizar o acervo bibliográfico do complexo de Florianópolis; e elaborar planejamentos compartilhados entre docentes que possam contribuir para uma unidade na formação dos reeducandos.

Para Geysa, o sistema prisional não vem dando conta da população carcerária. “Em geral, os presos recebem tratamento inadequado e retornam à sociedade mais degradados do que quando ingressaram na prisão”, diz. A professora acredita que “a educação é um dos meios de promover a integração social e a aquisição de conhecimentos que permitam aos reclusos assegurar um futuro melhor quando recuperarem a liberdade”.

O projeto de extensão é desenvolvido no âmbito do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros (Neab), entidade da Udesc Faed que é coordenada pelo professor Paulino Cardoso, do Departamento de História.

A equipe do Novos Horizontes é multidisciplinar, com professores das áreas de Pedagogia, História, Biblioteconomia, Artes Cênicas, Matemática e Arquitetura e Urbanismo, além de técnicos de Serviço Social, e tem o apoio do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), da Academia de Justiça e Cidadania (Acadejuc), da Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (SJC) e do Departamento de Administração Prisional (Deap).

Assessoria de Comunicação da Udesc
Jornalista Celia Penteado
E-mail: celia.penteado@udesc.br
Telefone: (48) 3664-8007  

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