Nem o mau tempo assustou os jovens estudantes que participaram da etapa regional da X Feira de Ciências e Tecnologia da Educação Básica, realizada pela gerência de Educação da Secretaria do Desenvolvimento Regional de Laguna, nesta sexta-feira, 18. O evento reuniu estudantes das 31 unidades escolares de abrangência da regional, na sede da Escola de Ensino Médio Almirante Lamego, no Centro Histórico em Laguna.

A abertura da feira foi marcada pela presença de autoridades, integradores, pais, professores e alunos e a apresentação teatral da Escola André Antônio de Souza, de Imbituba, que trouxe a peça Yara no Planeta Oculares, sob coordenação do professor Jurandir Marcelino os alunos apresentaram a diversidade cultural levando ao público uma linda mensagem e reflexão de valores, como o respeito às diferenças.

Segundo o secretário regional, Mauro Vargas Candemil, é uma satisfação participar deste evento, que incentiva e desperta o educando para criar e desenvolver projetos que poderão servir à sociedade. E salientou aos jovens sobre a importância da qualificação para competitividade no mercado de trabalho, que futuramente os aguarda.

A gerente de Educação, Karmensita Almeida da Rocha Cardoso, destacou a participação de todos, que mesmo com as dificuldades deste ano letivo, executaram trabalhos fantásticos, de pesquisa e conhecimento escolar se tornando esse o grande diferencial. “Hoje no Estado passamos por grandes transformações com a elaboração do novo Plano Estadual de Educação e a mudança da Base Curricular Comum”.

 Neste ano a feira reuniu projetos realizados por alunos dos anos finais dos ensinos fundamental, médio regular, inovador e profissionalizante da rede estadual, voltados ao desenvolvimento de atividades sustentáveis, incentivando a iniciação científica e a interdisciplinaridade.

Foi então que nasceram projetos como o de levitação virtual, criado pelos alunos do 2º ano do ensino médio da Escola Gracinda Augusto Machado, de Imbituba, apresentado pelos alunos Vanessa Tomaz e Alex Tomé Honorato que divertiram os visitantes da feira. Maquetes que projetam casas sustentáveis, um biodigestor e usinas eólicas, minhocários, trouxeram exemplos de reutilização de materiais, água e vento para produção de energia limpa. Tintas naturais e uma bicicleta que gera energia elétrica a partir da força mecânica, também estiveram presentes.

Ochuveiro consciente, projeto dos alunos do 8º ano do ensino fundamental da EEB Martinho Callado Júnior, de Pescaria Brava, foi apresentado por Arthur Nola e Richard Goulart, “pensando em ajudar a sociedade, já que a falta d’ água será um dos problemas futuros, pensamos em um chuveiro que economizasse água e energia. A funcionalidade dele elimina o registro, o substituindo por uma hidra instalada sob uma plataforma, que liberará a água a medida em que estivermos sobre ela. Para comprovar a economia realizamos uma pesquisa, levando em consideração uma parada de 3 segundos durante o banho, em um ano seriam economizados 6500 litros de água. E para implantação do projeto hoje seriam gastos R$50”, comentou o aluno, Arthur Nola, de 14 anos.

Já testados o desinfetante biodegradável, desenvolvido pelos alunos do 3º ano, do Ensino Inovador da EEB Domingos Barbosa Cabral, está sendo utilizado na limpeza da escola. Preocupados com a contaminação do solo e água pelo óleo de cozinha, os alunos do 5º ano da a EEB Gracinda Augusta Machado, de Imbituba, tiveram a ideia de recolhê-lo parareutilizar na fabricação de sabão. “Um litro de óleo pode consumir milhões de litros de água, para isso reutilizamos o óleo recolhido na comunidade e distribuímos panfletos explicativos sobre a reutilização para fabricaçãodo sabão biodegradável”, comentaram os alunos Luiz Antônio Patrício e Jean Araújo Estevão, de 11 e 10 anos.

Da reciclagem de materiais como tampas e garrafas pet, podiam ser encontrados trabalhos pedagógicos utilizados nas salas de aula como: caça-palavras, pião silábico e pescamática, também vasos anti-dengue, e instrumentos musicais.

A socialização e sustentabilidade foram unidos em um espaço para leitura e convivência, idealizado pela construção de sofás em paletes e mesas de pneus usados, pela Escola Domingos Barbosa Cabral, de Pescaria Brava. Segundo a professora de Sociologia, Mariana Mar Correa Soares, “as mobílias executadas com materiais reutilizados foram implantadas no pátio da escola, e estão auxiliando na socialização, e estimulando a leitura entre os alunos, principalmente durante a hora do intervalo. Os violões que estavam parados na escola, foram trazidos pelos alunos para este espaço e voltaram a ser tocados”, comentou a professora.

A economia e a características das comunidades ribeirinhas foram apresentadas pela EEB Manoel Gregório de Bem, com a apresentação de peças do acervo açoriano da escola, que preserva as características dos moradores antigos da comunidade.

Os trabalhos apresentados nesta etapa foram avaliados por uma comissão formada por seis avaliadores, três para cada categoria (fundamental e médio). Os classificados para etapa estadual serão conhecidos na próxima semana, conforme a supervisora de Educação Básica e Profissional, Daisi da Silva Santos.

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