Governo de SC apresenta estratégias para controlar a ação dos javalis nas plantações da região serrana

O Governo de Santa Catarina estuda alternativas técnicas, seguras e ambientalmente corretas para acabar com um problema que vem destruindo plantações na região serrana.
Durante o Ciclo de Palestras Estratégicas na noite de segunda-feira, 23 de novembro, na Associação Empresarial de Lages (Acil), o secretário de Estado adjunto da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, foi questionado sobre o assunto e destacou as ações do Governo para solucionar o problema que vem causando prejuízos aos produtores rurais.
E nesta terça-feira, 24, o secretário de Desenvolvimento Regional de Lages, João Alberto Duarte, tratou do assunto com o novo comandante da Polícia Ambiental de Lages, major Adair Alexandre Pimentel, e com o sargento Alexandre Rodolfo.
Na Acil, Airton Spies explicou que, após audiência pública realizada no primeiro semestre deste ano, em Lages, por proposição do deputado estadual Gabriel Ribeiro, foi criado um grupo de trabalho para elaborar um relatório sobre a situação e sugerir alternativas.
Assim, a Secretaria da Agricultura prepara junto com a Polícia Militar, Polícia Ambiental, Polícia Federal e Ibama um conjunto de ações para ampliar o abate nas propriedades. Três principais estratégias são estudadas e devem ser colocadas em prática.
Estratégias para facilitar a caça, armadilhas e até o uso da tecnologia
A primeira estratégia consiste em estimular e facilitar o abate por parte dos caçadores devidamente registrados, obtendo a autorização junto à Polícia Ambiental. A segunda é incentivar os produtores rurais a fazerem o controle, já que conhecem a rotina de hábitos e circulação dos javalis em suas propriedades. Neste caso, a própria Secretaria da Agricultura poderia oferecer treinamento e até subvencionar armadilhas específicas para a captura dos animais.
A terceira estratégia a ser adotada diz respeito à captura de fêmeas dos javalis. Assim, elas receberiam um chip e seriam soltas. E como a tendência é de as fêmeas se juntarem em grupo aos demais membros da espécie, isso facilitaria o trabalho dos caçadores, que poderiam rastreá-las por meio de um sinal emitido por antena, localizá-las e abater vários animais ao mesmo tempo. A utilização de equipes especializadas para patrulhamentos e abates também é estudada junto ao comando da Polícia Militar.
“O javali é uma espécie exótica e representa não apenas um risco econômico à produção agropecuária. A sua presença em excesso compromete espécies nativas como os pássaros, já que o javali come os ovos dos ninhos, afeta os catetos e outros animais importantes para o ecossistema. As estratégias de abate são muito coerentes, bem discutidas, com conhecimento técnico e científico e precisam ser feitas com a maior urgência possível”, diz Airton Spies.
Abate deve respeitar o bem-estar animal e carne não pode ser comercializada
O secretário da Agricultura descarta a morte de javalis por envenenamento, pois a prática, ainda que utilizada em outros países para combater porcos selvagens que também atacam plantações, pode ocasionar a intoxicação de animais de outras espécies e, além disso, seria interpretada como um ato muito cruel.
“Os animais não podem sofrer durante o abate. Não se pode matar uma fêmea amamentando seus filhotes nem deixar um animal agonizando por vários dias seguidos devido a um tiro mal disparado. Isso poderia gerar uma ação contrária aos interesses dos produtores, que precisam se livrar dessa praga, mas sem crueldade. Isso tudo deve ser feito dentro de padrões que respeitem o bem-estar animal e sejam reconhecidos pela sociedade como uma prática necessária, porém, feita com o devido rigor técnico e sanitário”, diz o secretário.
Sobre a carne dos javalis mortos, Airton Spies lembra que o Estado não pode, por legislações sanitárias, permitir o consumo de produtos não inspecionados fora dos estabelecimentos de abate.
“Se vamos abater muitos animais, poderia parecer uma coisa óbvia transportar essa carne para vender no mercado. Mas como não temos a inspeção nesse processo, não temos uma alternativa que nos dê segurança, por isso a comercialização é proibida”.
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Pablo Gomes
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