Jovens da Comunidade Sede Capela, de Itapiranga, realizaram, na tarde do último sábado, 13, o Seminário Regional do Agronegócio, com o objetivo de buscar conhecimento e informações sobre o futuro do agronegócio. Cerca de 200 pessoas, dos cinco municípios da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Itapiranga e também dos municípios gaúchos de Barra do Guarita e Pinheirinho do Vale, estiveram reunidos no clube da comunidade.

Promovido pela Associação Juventude Organizada Esperança de Sede Capela, o evento teve a participação do secretário de desenvolvimento regional, Rolf Harry Trebien, e dos prefeitos de Itapiranga, Milton Simon; de São João do Oeste, Sérgio Theisen; de Tunápolis, Enoí Scherer; e de Iporã do Oeste, Ilton Pedro Vogt.

Durante a tarde, duas palestras foram proferidas, pelo doutor e secretário da Agricultura e Pesca do Estado de Santa Catarina, Airton Spies, e pelo doutor, professor universitário e deputado federal, Pedro Uczai.

Com o tema “Agronegócio: Desafios, Expectativas e Análise do Mercado: Renda Mensal da Agricultura Familiar”, o secretário da Agricultura falou sobre como a comunidade rural deve se preparar para ter uma renda sustentável, com fluxo de caixa que permita o produtor rural e sua família terem uma boa qualidade de vida. “Considerando que somos o Estado das pequenas propriedades, precisamos fazer delas grandes negócios. Não é o tamanho da propriedade que define o tamanho do negócio da propriedade. É o que se produz e como se produz. O grande desafio é fazer dessas pequenas propriedades, grandes negócios”, afirmou.

De acordo com dados da Secretaria de Estado da Agricultura e Pesca, Santa Catarina possui 195 mil propriedades rurais economicamente ativas, sendo que 90% são consideradas de agricultura familiar. O Estado é o 1º produtor de cebola, de maçã, suínos, de ostra; o 2º produtor nacional de arroz, aves e tabaco e o 3º produtor de mel, alho e banana.

Spies também falou sobre o desafio de manter os jovens no meio rural e de tornar esse meio atrativo a eles. “Eles precisam ser convencidos pelos próprios resultados”, ressaltou.

O secretário também fez um panorama da agricultura para os próximos anos. “A última geração de agricultores por acaso, aqueles que ficaram no campo pois não tinham empregabilidade fora dele, irá se aposentar nos próximos 15 a 20 anos. Daí em diante, nossos agricultores serão por opção. Aqueles que enxergam a propriedade rural como empreendimento, como uma empresa; que aplicam profissionalismo, conhecimento e tecnologia; e que buscam produtividade e rentabilidade de todas as formas. O mundo precisa da produção de alimento e dos agricultores. Como o mercado está aí, não faltará gente para fazer essa produção. E esse pessoal que participa hoje deste seminário, certamente será candidato a ser vencedor nesse processo”, disse Spies, que morou dois anos na Nova Zelândia, onde fez mestrado, e mais quatro anos na Austrália, onde fez doutorado.

Ele contou que na Austrália, país que tem o segundo maior índice de desenvolvimento humano do mundo, os agricultores são invejados pelo pessoal das cidades. “Eles têm boa renda, são empreendedores, além de viver em um ambiente de ar puro. Nós, aqui em Santa Catarina, estamos andando a passos largos nessa mesma direção. Aquele agricultor que era visto como coitado, ainda será invejado pela sociedade urbana. O meio rural oferece essa possibilidade”.

Spies informou, ainda, que inúmeras análises de entidades especializadas em estratégias de desenvolvimento apontam que o agronegócio do Brasil será a principal força motriz do desenvolvimento, justamente por ser o setor com mais competitividade relativa com outros países do mundo. “Dados da Organização para o Desenvolvimento Econômico demonstram que até 2020 o consumo de alimentos irá aumentar em 20% e o Brasil será responsável por 40% desse total”, concluiu.

Após a palestra do secretário de Estado da Agricultura, a perspectiva dos jovens no campo continuou sendo discutida, desta vez pelo deputado Uczai, que finalizou o Seminário Regional do Agronegócio com a palestra “Sucessão Familiar: Qualidade e nível de vida no campo x cidade: Tecnologia da Informação”.

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