Polícia Civil conclui inquérito que apurou fraudes no Sistema Tributário de Florianópolis e Pró-Cidadão
Vinte e quatro pessoas foram indiciadas ao final do inquérito policial apurado pela Polícia Civil referente a condutas criminosas praticadas por 15 particulares e nove funcionários públicos que causaram danos avaliados em mais de R$ 12 milhões ao erário público. Durante o inquérito, foram investigadas mais de 45 suspeitos e ouvidas mais de 70 pessoas.
Durante a investigação, sob responsabilidade da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio Público (DCCPP) da Diretoria Estadual de Investigação Criminal (Deic), foram identificados dois tipos de crimes: estelionato e peculato eletrônico. Em relação ao estelionato, verificou-se como as fraudes ocorreram junto ao Pró-Cidadão. Os servidores municipais, em conluio com particulares, alteravam os dados dentro do sistema visando modificar a titularidade das inscrições imobiliárias e, com este documento, passavam para esses particulares que vendiam os terrenos destas inscrições com a titularidade trocada para terceiros de boa-fé. Nos crimes de peculato eletrônico, praticado junto ao Sistema Tributário Municipal, o funcionário público alterava os dados das alíquotas de imposto municipal no sistema visando reduzir ou até excluir os tributos ou débitos municipais.
As pessoas responderão pelos crimes de estelionato, associação criminosa, falsificação de documentos, corrupção passiva, prevaricação, peculato eletrônico e corrupção ativa. Para conclusão das investigações, foram feitas dez representações judiciais, dentre buscas e apreensões, prisões temporárias e outras medidas cautelares. Foram cumpridos treze mandados de prisão temporária e 19 buscas e apreensões em residências de suspeitos. Foram apreendidos diversos aparelhos celulares e encaminhados para o Instituto Geral de Perícias (IGP).
Para cumprimento dos mandados foi realizada no dia 27 de julho deste ano a Operação Trojan, em Florianópolis e São José. Ela recebeu este nome em alusão ao famigerado vírus cibernético, comparando-o aos funcionários públicos municipais que tinham senhas para realizar as alterações no sistema informatizado da Prefeitura de Florianópolis.
O inquérito policial iniciou como encaminhamento da notícia-crime pela Prefeitura Municipal à Deic, em 2013. Agora, com a conclusão do inquérito, os autos foram encaminhados ao Poder Judiciário que aguardará o oferecimento ou não da denúncia pelo representante do Ministério Público.
“Esta operação também é reflexo da intolerância à corrupção praticada seja por particulares ou servidores, que atingem a sociedade”, destacou o delegado de Polícia Civil, Walter Watanabe, da DCCPP/Deic.
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