Divulgado boletim número 21 sobre situação de dengue, zika e chikungunya em Santa Catarina
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC) divulgou o boletim n° 21 de Dengue, Zika e Chikungunya, com dados até a Semana Epidemiológica n° 22 (1º de janeiro a 4 de junho de 2016).
>>>Dengue
No período de 1º de janeiro a 4 de junho foram notificados 12.303 casos suspeitos de dengue em Santa Catarina. Desses, 4.262 (35%) foram confirmados (3.365 pelo critério laboratorial e 897 pelo critério clínico epidemiológico), 703 (6%) estão inconclusivos (classificação utilizada pelo SINAN nos casos em que, após 60 dias da data de notificação, ainda estiverem sem encerramento da investigação), 6.978 (57%) foram descartados por apresentarem resultado negativo para dengue e 360 (3%) casos suspeitos estão em investigação pelos municípios.
Do total de casos confirmados (4.262) até o momento, 3.917 (92%) são autóctones, com transmissão dentro de Santa Catarina, 254 (6%) são importados (transmissão fora do estado) e 91 (2%) estão aguardando definição do Local Provável de Infecção (LPI) (Tabela 1).
Tabela 1: Casos notificados de dengue, segundo classificação. Santa Catarina, 2016
Fonte: SINAN On-line (com informações até o dia 4/6/2016).
Até o momento, conforme informações sobre o Local Provável de Infecção (LPI) existe confirmação de transmissão autóctone de dengue em 25 municípios de Santa Catarina: Balneário Camboriú, Bom Jesus, Brusque, Caibi, Chapecó, Coronel Freitas, Descanso, Florianópolis, Guaraciaba, Guatambu, Itajaí, Joinville, Itapema, Itapoá, Maravilha, Modelo, Palmitos, Pinhalzinho, São José do Cedro, São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste, Saudades, Serra Alta, União do Oeste e Xanxerê (Tabela 2).
O município de Pinhalzinho apresenta, até o momento, o maior número de casos autóctones (2.407) no estado, com uma taxa de incidência de 12.874,4 casos por 100 mil habitantes. Além de Pinhalzinho, Serra Alta possui uma taxa de incidência de 4.498,8 casos por 100 mil habitantes, Bom Jesus 2.835,9 por 100 mil/hab, Coronel Freitas 1.529,3 por 100 mil/hab, Descanso 1.022,9 por 100 mil/hab, Modelo 455,7 por 100 mil/hab, Chapecó 366,9 por 100 mil/hab e União do Oeste 333,3 casos por 100 mil habitantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o nível de transmissão epidêmico quando a taxa de incidência é maior de 300 casos de dengue por 100 mil habitantes.
Tabela 2: Casos autóctones de dengue segundo Local Provável de Infecção (LPI). Santa Catarina, 2016
Fonte: SINAN On-line (com informações até o dia 4/6/2016)
O acompanhamento dos casos por semana epidemiológica (SE) mostra que, até o momento, o maior número de casos autóctones confirmados (488) ocorreu na SE 9 (28 de fevereiro e 5 de março) (Figura 1).
Até agora foi confirmada a ocorrência de um óbito por dengue grave registrado no estado: um paciente de 37 anos, residente em Chapecó, no dia 13 de março.
Figura 1: Casos de dengue segundo classificação final e SE de início dos sintomas – SC, 2016
Total 2016: 12.303
(Atualizado em 4/6/2016)
>>> Comparação de casos notificados e autóctones em 2015 e 2016:
Em Santa Catarina, no ano de 2016, até SE 22 o número de casos notificados de dengue (12.303 casos) está acima do registrado no mesmo período em 2015 (9.227 casos), representando um aumento de 25% no registro de um ano para outro. Já em relação aos casos autóctones, em 2016, também considerando até a SE 22, foram confirmados 3.917 casos, enquanto que no mesmo período em 2015 haviam sido confirmados 3.226 casos, representando um aumento de 18% no número de casos autóctones confirmados de um ano para outro (Figura 2 e 3).
Em relação aos focos do mosquito Aedes aegypti, em 2016, até a SE 22, foram identificados 5.967 focos, em 129 municípios. Neste mesmo período em 2015, tinham sido identificados 5.077 focos em 107 municípios (Figura 4).
Atualmente, há 46 municípios considerados infestados pelo mosquito Aedes aegypti: Anchieta, Balneário Camboriú, Bom Jesus, Caçador, Camboriú, Catanduvas, Chapecó, Cordilheira Alta, Coronel Freitas, Coronel Martins, Cunha Porã, Descanso, Florianópolis, Guaraciaba, Guarujá do Sul, Itajaí, Itapema, Itapiranga, Joinville, Jupiá, Maravilha, Modelo, Nova Erechim, Nova Itaberaba, Novo Horizonte, Palma Sola, Palmitos, Passo de Torres, Pinhalzinho, Planalto Alegre, Princesa, Porto União, Quilombo, São Bernardino, São Domingos, São José, São José do Cedro, São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste, Santo Amaro da Imperatriz, Saudades, Serra Alta, Sul Brasil, União do Oeste, Xanxerê e Xaxim (Figura 5).
A definição de infestação é realizada de acordo com a disseminação e manutenção dos focos.
Figura 2: Casos notificados de dengue, segundo Semana Epidemiológica de início dos sintomas. Santa Catarina, 2015-2016
Total 2015: 11.333
Total 2016: 12.303
(Atualizado em 4/6/2016)
Figura 3: Casos confirmados de dengue autóctones, segundo Semana Epidemiológica de início dos sintomas. Santa Catarina, 2015-2016
Total 2015: 3.281
Total 2016: 3.917
(Atualizado em 4/6/2016)
Figura 4: Focos identificados de Aedes aegypti, segundo Semana Epidemiológica. Santa Catarina, 2015-2016
Total 2015: 7.249
Total 2016: 5.967
(Atualizado em 4/6/2016.)
Figura 5: Mapa dos municípios segundo situação entomo-epidemiológica de dengue. Santa Catarina, 2016
(Atualizado em 4/6/2016.)
>>> Febre de Chikungunya
No período de 1º de janeiro a 4 de junho, foram notificados 518 casos suspeitos de Febre de Chikungunya em Santa Catarina. Desses, 50 (10%) foram confirmados (47 pelo critério laboratorial e três pelo critério clínico-epidemiológico), 73 (14%) estão inconclusivos, 330 (64%) foram descartados e 65 (13%) permanecem em investigação.
Do total de casos confirmados (50) até o momento, 48 (96%) são importados (transmissão fora do Estado) e dois (4%) estão aguardando definição do Local Provável de Infecção (LPI). (Tabela 3 e 4).
Tabela 3: Casos de Febre de Chikungunya segundo classificação. Santa Catarina, 2016
Fonte: SINAN NET (com informações até o dia 4/6/2016).
Tabela 4: Casos confirmados de Febre de Chikungunya segundo classificação, município de residência e local provável de infecção (LPI). Santa Catarina, 2016
Fonte: SINAN NET (com informações até o dia 4/6/2016)
Em 2015 foram notificados 134 casos suspeitos de Chikungunya, dos quais oito (6%) foram confirmados, 98 (73%) foram descartados e 28 (21%) permanecem inconclusivos. Do total de oito casos confirmados, um foi autóctone do município de Itajaí e outros sete foram importados de outros estados. Esses casos foram identificados em Blumenau, Cunha Porã, Itajaí, Jaraguá do Sul, Joinville e São José.
>>> Zika Vírus
No período de 1º de janeiro a 4 de junho foram notificados 363 casos suspeitos de Febre do Zika Vírus em Santa Catarina. Desses, 40 (11%) foram confirmados (26 pelo critério clínico-epidemiológico e 14 pelo critério laboratorial), 28 (8%) estão inconclusivos, 234 (64%) foram descartados e 61 (17%) permanecem em investigação.
Do total de casos confirmados (40) até o momento, 34 (85%) são importados (transmissão fora do estado), quatro (10%) são autóctones, com transmissão dentro de Santa Catarina e dois (5%) está aguardando definição do Local Provável de Infecção (LPI) (Tabela 5 e 6).
Tabela 5: Casos de Febre do Zika Vírus, segundo classificação. Santa Catarina, 2016
Fonte: LACEN/SINAN NET (com informações até o dia 4/6/2016)
Tabela 6: Casos confirmados de Febre do Zika Vírus segundo classificação, município de residência e local provável de infecção (LPI). Santa Catarina, 2016
Fonte: LACEN (com informações até o dia 4/6/2016)
No ano de 2015 foram notificados 80 casos de febre do Zika Vírus, dos quais 10 foram confirmados pelo critério clínico-epidemiológico, sendo todos importados de outros estados, (residentes em Itapema, Laguna, Florianópolis, Bombinhas, Gaspar e Pomerode), e 70 foram descartados.
>>> Situação das Salas Municipais para o combate ao Aedes aegypti/SC
A Sala Estadual para o combate ao Aedes aegypti/SC informa que, dos 46 municípios considerados infestados, 38 implantaram a sala de situação municipal. Os municípios que passam a ser considerados infestados estão sendo orientados sobre a implantação da mesma.
Esses municípios foram estimulados a iniciar os ciclos de visitas a todos os imóveis existentes nas áreas infestadas e a repassarem informações semanais à Sala Estadual sobre as ações realizadas.
Além disso, os 23 municípios considerados em situação de risco, por apresentarem aumento do número de focos e de área de detecção, introdução do Aedes aegypti devido à proximidade com municípios infestados com transmissão ou infestados, ocorrência de casos isolados ou por serem polos nas regiões em que estão inseridos, foram orientados a implantarem salas de situação. São eles: Balneário Piçarras, Blumenau, Bombinhas, Brusque, Caibi, Canoinhas, Concórdia, Criciúma, Dionísio Cerqueira, Ilhota, Ipuaçu, Itapoá, Jaraguá do Sul, Luís Alves, Mondaí, Navegantes, Palhoça, Penha, Porto Belo, São Bento do Sul, Sombrio, Tijucas e Tubarão.
Esses municípios receberam repasse financeiro estadual em 2015/2016 para qualificar as ações de vigilância e controle vetorial. O objetivo das salas, nesses municípios, é de desencadear ações intersetoriais, visando diminuir o risco de infestação ou mesmo introdução do vetor. Os municípios de Bombinha, Canoinhas, Criciúma, Dionísio Cerqueira, Ipuaçu, Itapoá, Jaraguá do Sul, Luís Alves, Mondaí, Navegantes, Porto Belo, São Bento do Sul e Tijucas já informaram a implantação de suas salas.
Informações sobre as visitas aos imóveis continuam sendo repassadas para a Sala Estadual, pelos municípios infestados de forma semanal.
No 1º ciclo, dos 333.010 imóveis em área infestada foram realizadas visitas em 286.606 imóveis, representando 86,1% do total. No 2º ciclo de vistas, que se iniciou em 15 de fevereiro e deve ser finalizado até o dia 15 de abril (naqueles municípios que ainda não finalizaram), dos 333.359 imóveis em área infestada já foram realizadas visitas em 222.127 imóveis, representando 66,6% do total.
O terceiro e o quarto ciclo de visitas serão realizados com periodicidade bimestral. Assim, o terceiro será realizado no período de 14 de março a 13 de maio e o quarto no período de 16 de maio a 15 de julho.
Além da intensificação nas visitas aos imóveis das áreas infestadas desses 45 municípios, a Coordenação da Atenção Básica da SES/SC emitiu a Nota Técnica nº 001/2016 e a Sala Estadual realizou uma webconferência no dia 22/1 com os Agentes Comunitários de Saúde de todos os municípios catarinenses. A orientação repassada foi que, na rotina das visitas aos imóveis, devem ser priorizadas as ações de orientação para população sobre as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, bem como formas de evitar e eliminar seus potenciais criadouros. Nestes municípios, os Agentes Comunitários de Saúde visitaram 1.535.930 residências até o dia 4/6, enfocando ações de prevenção e educação em saúde relacionada ao mosquito.
Informações adicionais para a imprensa:
Letícia Wilson / Patrícia Pozzo
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