Saúde alerta para o risco de diabetes em crianças obesas
A obesidade, considerada uma epidemia mundial, é um dos principais fatores de risco para o diabetes, especialmente nas crianças. Esse é o motivo do alerta que a Secretaria de Estado da Saúde (SES) faz neste Dia Mundial do Diabetes, 14 de novembro. Metade da população mundial é obesa ou está acima do peso. Entre as crianças e os adolescentes, esse índice chega a 36%.
Segundo o endocrinologista pediátrico do Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), Genoir Simoni, a obesidade infantil é responsável pelo aumento dos casos de Diabetes Tipo II, doença que torna as células resistentes à ação da insulina. Um dos primeiros sinais é o escurecimento nas dobras do pescoço, pernas e axilas. “Isso indica que o organismo está trabalhando muito para produzir insulina a fim de compensar os índices de glicemia”, explica Simoni. A completa regressão do Diabetes Tipo II depende da prática de hábitos saudáveis, atividade física e do uso de medicamentos orais específicos.
Se a obesidade não for corrigida, o quadro pode evoluir para o Tipo I, quando o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina. Nesse caso, a doença pode se desenvolver independentemente do peso, pois se trata de uma lesão autoimune. Fatores ambientais e genéticos também podem influenciar. Segundo Simoni, “nas crianças, essa lesão ocorre de forma abrupta, e a doença se desenvolve muito rapidamente, de modo que em poucas semanas o paciente já se torna insulinodependente e precisa tomar doses diárias do hormônio”. Mais de 350 crianças com Diabetes Tipo I são tratadas no HIJG. Elas são acompanhadas a cada três meses ou mais, conforme o grau de controle da doença, que não tem cura.
Sinais de alerta e prevenção
Quando a criança de uma hora para outra passa a ingerir muita água, de três a cinco litros por dia, fazer xixi a todo instante, comer mais e ainda assim perder peso, os pais devem ficar atentos. Esses são sinais clássicos do Diabetes Tipo I. “Uma mãe relatou que havia formigas no vaso sanitário, isso ocorre porque o rim elimina pelo xixi a glicose que o pâncreas não consegue absorver. Essas crianças precisam ser acompanhadas continuamente, não só pelo endocrinologista, mas por uma equipe multidisciplinar”. Para que a criança tenha condições de vida normal, os aspectos familiares e emocionais são tão importantes quanto a reposição de insulina.
Por ser uma doença autoimune, não há mecanismos de prevenção para o Diabetes Tipo I. Mas para evitar que a criança desenvolva o Diabetes Tipo II, é fundamental que ela receba alimentação adequada, desde a barriga da mãe. O aleitamento materno e a transição deste para uma alimentação saudável deve ser acompanhada, quando possível, por um profissional. Ao longo do crescimento, os pais devem evitar que os filhos ganhem muito peso e sejam sedentários. Muitas horas em frente à TV devem ser revertidas em mais atividades ao ar livre.
Principais sintomas do Diabetes
Poliúria – a pessoa urina demais e, como isso a desidrata, sente muita sede (polidpsia);
Aumento do apetite;
Alterações visuais;
Impotência sexual;
Infecções fúngicas na pele e nas unhas;
Feridas, especialmente nos membros inferiores, que demoram a cicatrizar;
Distúrbios cardíacos e renais.
Fatores de risco da doença
Obesidade
Hereditariedade;
Falta de atividade física regular;
Hipertensão;
Níveis altos de colesterol e triglicérides;
Medicamentos, como os à base de cortisona;
Estresse emocional.
Informações adicionais para a imprensa:
Ana Paula Bandeira
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