Em alusão ao Dia Mundial do Câncer, lembrado nesta terça-feira, 4, Instituto Nacional do Câncer (Inca), em parceria com o Ministério da Saúde, divulgou uma estimativa nacional da doença, em 2014. Segundo os estudos, mais de 24 mil catarinenses devem ser afetados pela doença, este ano.

De acordo com as estimativas, os homens serão os mais atingidos no Estado, com 15 mil novos casos, e quase 10 mil mulheres terão a doença. Com exceção do câncer de pele não melanoma, com maior incidência em ambos os sexos, os tipos de neoplasias mais frequentes são de próstata, traqueia/brônquio/pulmão, estômago e colon/reto nos homens; e de mama, glândula tireoide, colon/reto e traqueia/brônquio/pulmão nas mulheres.

As mulheres também estão expostas ao câncer de colo do útero, que aparece em 6º lugar na classificação de maior incidência para 2014, com 15 mil novos casos previstos no Brasil, dos quais 480 só em Santa Catarina. O câncer de colo do útero é causado pelo HPV (papilomavírus humano), cuja vacina para a prevenção será disponibilizada, a partir de 10 de março, no Sistema Único de Saúde (SUS), para todas as meninas com idade entre 11 e 13 anos.  “Nosso objetivo é ter um alto índice de mulheres protegidas contra o HPV em Santa Catarina, alcançando a meta de vacinar pelo menos 80% das meninas da faixa etária alvo”, afirma o diretor da DIVE, Eduardo Macário.

Câncer é segunda principal causa de morte em SC

Em Santa Catarina, o câncer foi a segunda maior causa de morte em 2012, atrás apenas de doenças do aparelho circulatório, como derrame e infarto. Segundo dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) da Secretaria de Estado da Saúde, de 2002 até 2012, só cresceu o número de novos casos de câncer no Estado. “Os homens foram os mais afetados, com taxa de mortalidade elevada em pacientes com idade entre 60 e 79 anos”, explica a médica epidemiologista Ana Curi, que coordena estudos sobre o câncer, na Dive.

A previsão da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que a incidência de câncer continue aumentando nos países em desenvolvimento e cresça ainda mais em países desenvolvidos, caso medidas preventivas não sejam adotadas. No Brasil, segundo a estimativa do Inca, serão aproximadamente 576 mil novos casos em 2014, o que reforça a magnitude do problema.

Fatores de risco e prevenção

Diversos fatores contribuem para o aumento da probabilidade de desenvolver câncer. Cerca de 80% dos casos de câncer estão relacionados às mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio homem, aos hábitos e “estilo de vida” adotados pelas pessoas. O diretor da DIVE destaca que muitos desses fatores podem e devem ser minimizados. “São fatores que estão associados a várias doenças, como, por exemplo, ao tabagismo, que é um fator de risco para diversos tipos de cânceres, como o de pulmão, e também a outras doenças cardiovasculares e respiratórias”, ressalta Macário.

Para minimizar os fatores de risco é importante não fumar, ter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos, evitar a ingestão de bebidas alcoólicas e evitar exposição prolongada ao sol. Além disso, a médica ginecologista e obstetra Fabiana Costa, da Maternidade Carmela Dutra, explica que a recomendação da OMS é que mulheres entre 25 e 64 anos façam o exame preventivo ginecológico a cada três anos (após ter feito três anos consecutivos de exames com resultados normais), e acima dos 40 anos também devem se submeter à mamografia. Os homens devem realizar o exame preventivo de próstata, a partir dos 40 anos.

Desde que descobertos em estágios iniciais, muitos tipos de câncer têm tratamento e a chance de cura ampliada, explica Macário, salientando que por isso é importante adotar as medidas de prevenção e fazer o rastreamento, pois quanto mais cedo diagnosticado o câncer, maiores as chances de cura, a sobrevida e a qualidade de vida do paciente.

Dia Mundial do Câncer – instituído em 2005 pela União Internacional para o Controle do Câncer, é lembrado todo o dia 4 de fevereiro. A data tem o objetivo de alertar as nações, líderes governamentais, gestores de saúde e do público em geral para o crescimento dos índices da doença.

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