A incidência de escorpiões aumenta no verão devido ao calor e ao clima úmido. A orientação é não matar esses animais. Em caso de picadas, a pessoa deve procurar o serviço de saúde mais próximo.

Em Santa Catarina, o aparecimento desses aracnídeos está sendo controlado. O Estado capacita os profissionais das Gerências Regionais de Saúde (Gersas) de Santa Catarina para a coleta dos escorpiões desde 2010, seguindo as orientações do Manual de Controle e Manejo de Escorpiões, do Ministério da Saúde. O manual contempla o conhecimento biológico necessário para que o controle desse animal seja feito de maneira adequada.

 A lanterna ultravioleta, equipamento adquirido pelo Governo do Estado em 2012, tem facilitado o trabalho dessas equipes. O equipamento está à disposição dos municípios. À medida que há necessidade, as lanternas são emprestadas para a captura dos escorpiões.

Sempre no período da noite, os profissionais vasculham o ambiente onde houve relatos do aparecimento de escorpiões, com o auxílio desse equipamento especial. O escorpião tem hábitos noturnos e a lanterna aumenta as chances de captura, porque faz com que brilhem no escuro.

“Na maioria das cidades catarinenses é possível encontrar as espécies mais comuns de escorpiões, como o Tityus Costatus e Bothriurus Bonariensis. Porém, na região de Itajaí há um alerta para uma espécie mais perigosa”, explica Ivânia da Costa Folster, chefe de divisão da Vigilância de Acidentes com Animais Peçonhentos, vinculada à Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE).

Em Santa Catarina não houve registro de morte por picadas deste animal, no entanto, o número de acidentes com escorpiões em 2013 foi de 130, e a maior incidência de pessoas picadas está entre os trabalhadores da área rural. “Por isso é muito importante usar sempre luvas e estar atento ao aparecimento dos escorpiões”, pondera a chefe de divisão da Vigilância de Acidentes com Animais Peçonhentos do Estado.

Em casos de acidentes, recomenda-se que o local da picada seja lavado com água e sabão e, em seguida, a pessoa deve ser levada a um hospital ou posto de saúde para receber a medicação necessária juntamente de um soro especifico para picadas de animais peçonhentos.

Os profissionais da Gerência Regional de Saúde e da Secretaria de Saúde de Itajaí têm usado a lanterna ultravioleta, pois é nessa região que estão sendo encontradas as espécies mais perigosas. Nas últimas três visitas, 54 escorpiões da espécie Tityus Bahiensis, ou Marrom, como é popularmente conhecido, foram retirados de ambientes próximos a residências. Ele stêm entre 5,5cm a 7cm de comprimento.

De acordo com a bióloga da Gerência Regional, Francine Lambrecht, em Itajaí também há um registro da espécie Tityus Serrulatus (escorpião amarelo), considerada a mais perigosa. Desde o início deste ano, houve registro em Balneário Camboriú da espécie Bothriurus Bonariensis, na área central do município, e em Porto Belo foi encontrado um exemplar de Tityus Trivittatus. Foi o primeiro registro desta espécie em Santa Catarina. “É possível que tenha vindo de carona em veículos da Argentina ou do Paraguai, onde são muito comuns”, observa a bióloga.

Como prevenir e o que fazer em caso de acidentes?
Os escorpiões se alimentam de outros animais, como baratas, aranhas, cupins e até mesmo de pequenos vertebrados. Sendo assim, manter a limpeza da casa e dos arredores, evitando o acúmulo de lixo e entulhos, ajuda na prevenção do aparecimento de escorpiões, que podem ser atraídos pela disponibilidade de abrigo e pelos animais que fazem parte de sua dieta e vivem nestes ambientes. Aconselha-se, ainda, vedar a soleira das portas, manter os ralos fechados, sempre verificar calçados e roupas antes de vesti-los e usar luvas para manipular entulhos ou cuidar do jardim.

Mais informações sobre o controle de escorpiões podem ser adquiridas através do Manual de Controle e Manejo de Escorpiões, do Ministério da Saúde.

Acesse também >>> “Manual de Controle e Manejo de Escorpiões”: ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/zoo/manu09_escorpioes.pdf 

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Ana Paula Bandeira
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