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DIVE promove capacitação de multiplicadores para testagem rápida de HIV, sífilis e hepatites B e C

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde realiza, nos dias 21 e 22 de novembro, um curso de capacitação de testagem rápida para HIV, sífilis e hepatites B e C.

A testagem rápida faz parte de uma nova abordagem no enfrentamento dessas doenças, conforme explica a assistente da Gerência de DST/HIV e Hepatites Virais, Vanessa Vieira da Silva. “Antes, o objetivo dessa testagem era, principalmente, a profilaxia. No caso da Aids, por exemplo, temos muitos diagnósticos tardios, quando o paciente já está acometido de uma infecção oportunista. Nossa meta é o diagnóstico precoce, para redução da transmissão do vírus e consequente melhoria na qualidade de vida do portador”, explica Vanessa.

O curso capacitará 45 enfermeiros das regionais de saúde e de municípios-sede. Os participantes se tornarão multiplicadores e serão responsáveis por replicar o conhecimento para outros profissionais, que se tornarão aptos a realizar os testes rápidos em suas regiões. O processo de formação é contínuo. No ano passado, a DIVE formou outros 45 multiplicadores e, neste ano, já foram formados 40 profissionais dos hospitais da Grande Florianópolis. 

Situação das doenças no Estado

HIV/Aids

Relatórios produzidos por profissionais da DIVE revelam um aumento significativo nos casos de infecção com o vírus HIV, principalmente entre a população de 20 a 29 anos. A cada quatro ocorrências, uma se deu nessa faixa etária. Entre os fatores que aumentam o risco de contágio com o vírus está o uso de álcool, drogas ilícitas e o chamado “comportamento de risco”, que envolve pessoas com amplo conhecimento sobre a importância da utilização do preservativo, mas que não usam essa proteção.

A população com índice crescente é a de jovens, homo e bissexuais. Comparando os dados do período de 1993 a 2002 com o último período analisado, que compreende 2003 a 2012, o aumento é de 62%.  Mais de 15 mil pessoas usam medicamentos antirretrovirais (ARV) no Estado.

O último relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), lançado neste mês, aponta um envelhecimento da epidemia. Entre 35,3 milhões de pessoas que vivem com o vírus no planeta, em torno de 3,6 milhões possuem 50 anos ou mais, o que demanda dos setores de saúde maior atenção às necessidades específicas desse público. O paciente ganha características de doente crônico e necessita de acompanhamento clínico e tratamento contínuo aprimorado.

Entre os fatores desse envelhecimento, de acordo com o relatório, estão o sucesso da terapia antirretroviral em prolongar a vida de quem vive com o vírus, e o envolvimento de pessoas com mais de 50 anos em atividades de risco, como sexo desprotegido e uso de drogas injetáveis.

Sífilis

A sífilis é uma doença infecciosa, causada por bactéria e que pode levar à morte. O maior índice de transmissão se dá através de relações sexuais que acontecem sem o uso de preservativo. A infecção também pode ocorrer em transfusões sanguíneas, pela transmissão da mãe infectada para o feto na gestação ou na hora do parto, pela saliva e pelo contato com lesões recentes da pele ou mucosas.

Em Santa Catarina, desde 1994 já foram notificados mais de 10 mil casos da doença. Em 2012, houve um aumento de aproximadamente 61%, sendo registrados durante o ano 1.274 casos.

Um dos dados que chama a atenção é o crescimento da doença entre homens que mantém relações com homens, muitos já infectados pelo HIVe outros recém-diagnosticados. É preciso lembrar que até mesmo o sexo oral, visto como uma alternativa mais segura, deve ser praticado com camisinha, pois pode transmitir DST´s.

Hepatites Virais

As hepatites virais chegaram a 26.144 casos notificados no Estado nos últimos 20 anos, sendo 16.600 de hepatite B e 9.544 de hepatite C. Em relação à hepatite B, os casos atingiram quase da mesma forma homens e mulheres, sendo a diferença de apenas 1%. A faixa etária mais afetada, com 68%, é a de 20 a 49 anos. A transmissão da doença se dá de várias formas, como transfusão sanguínea, da mãe para o bebê, pelo compartilhamento de seringas no uso de drogas e através de relações sexuais desprotegidas, que correspondem a 21% das infecções. 

Entre os mais de nove mil casos de hepatite C, 67% são homens e 33% mulheres. A principal suspeita é de que a predominância de infecção do sexo masculino se deva a aspectos comportamentais, principalmente o uso de drogas injetáveis, com compartilhamento de seringa.

No ano passado, de todos os casos suspeitos, 97% foram confirmados, atingindo 2.241 pessoas. Destes, 59% eram casos de hepatite B e 37% de hepatite C. A taxa de mortalidade foi maior para a hepatite C, com 3,9 mortes a cada 100 mil habitantes, contra 3,5 para o tipo B. 

Sobre a relação entre os pacientes infectados por algum dos tipos de hepatite e pelo HIV, os dados de 2012 apontam que 3,6% dos pacientes com hepatite B e 14,3% dos pacientes com hepatite C foram infectados pelos dois vírus. 

Santa Catarina possui uma rede de atendimento aos portadores de hepatites virais em construção. Nesse cenário, os testes rápidos representam a ampliação do acesso ao diagnóstico.

Informações adicionais para a imprensa
Ana Paula Bandeira
Assessoria de Imprensa SES
Secretaria de Estado da Saúde – SES
E-mail: anap@saude.sc.gov.br
Fone: (48) 3221-2071/9113-6065
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