O Estado está investindo em uma nova tecnologia para facilitar e aumentar a rapidez no acesso a exames hospitalares, beneficiando tanto o paciente quanto o médico. O Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG) é a primeira unidade hospitalar, em Santa Catarina, a se beneficiar com essa inovação, que é a visualização de exames médico-hospitalares em qualquer lugar, pelo celular, tablet ou outro dispositivo móvel que possua câmera e acesso à internet.

Segundo Harley Miguel Wagner, supervisor de telediagnóstico da Telemedicina, é preciso instalar um aplicativo no aparelho celular para leitura do “QR Code”, que é um código de barras facilmente escanerizado pela maioria dos telefones móveis equipados com câmera e acesso à internet. “O código é convertido em um endereço na internet e, então, é possível visualizar o laudo e imagens que constam no exame do paciente”, explica.

Essa e outras inovações que o hospital infantil já vem utilizando há quatro anos só foram possíveis a partir de uma parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde (SES) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com a implantação do Sistema Catarinense de Telemedicina e Telessaúde (STT). Entre outros benefícios, o sistema tem o objetivo de armazenar todos os exames realizados nos hospitais públicos estaduais num único sistema eletrônico, o portal da Telemedicina. Também foi dado suporte a equipamentos de imagens médicas, possibilitando aos pacientes, médicos e demais profissionais da saúde o acesso a essas informações.

Hospital Infantil e a Telemedicina

Os benefícios da telemedicina fizeram com que o Hospital Infantil acabasse com a fila de espera para o exame de endoscopia. De acordo com o gastroenterologista do HIJG, Carlos Schöeller, o Hospital Infantil é o único que realiza endoscopia em crianças com menos de 20 quilos pelo SUS, em Santa Catarina. “Atendemos crianças de todo Estado, e atualmente não temos demanda reprimida. Os exames de urgência são feitos na hora e as consultas agendadas levam no máximo 30 dias para serem feitas”, destaca.

O gastroenterologista realiza a endoscopia no paciente. Nesta primeira etapa, o endoscópio captura as imagens do sistema respiratório ou gastrointestinal do paciente. Na segunda fase, após o término do exame, o endoscópio que está ligado a um computador com acesso à internet permite que o especialista carregue as imagens no portal da Telemedicina, associadas ao nome do paciente. Isso dá condições ao médico de emitir o diagnóstico do paciente.

O médico imprime três vias do laudo, uma para o prontuário, outra para o paciente, e a terceira via vai para o setor de contas médicas do hospital. Este documento possui um protocolo alfanumérico com código de barras único que dá acesso ao exame do paciente. As imagens e o laudo ficam disponíveis ao paciente e ao seu médico no portal da telemedicina. O acesso pode ser feito tanto no site com a digitação do protocolo, quanto pelo celular com a captura da imagem do código de barras.

De acordo com Schöeller, também é possível que o médico, que está na cidade do paciente, esteja em web conferência, através do portal, com o profissional do Hospital Infantil para analisarem as imagens da endoscopia, podendo assim chegar a um diagnóstico em conjunto. “Com essa tecnologia é possível discutir casos online com outros profissionais, bastando ter apenas o protocolo do atendimento. Isso é última geração”, enfatiza.

O sistema é simples e rápido. “Acabou o sobe e desce pelo hospital atrás de exames. Assim que termina o procedimento, os pais do paciente já saem com o resultado da endoscopia”, destaca o gastroenterologista ao dizer que todo o processo leva no máximo 20 minutos.

Outro benefício é a economia de custos e ecológica. “Além de gerar economia aos cofres públicos, estamos sendo ecologicamente corretos, pois acabou com a impressão de fotos da endoscopia”, complementa Carlos. O médico também lembra que a tecnologia de leitura de código de barras já está disponível para qualquer hospital que queira usá-la.

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Ana Paula Bandeira
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