Os catarinenses vivenciaram um julho mais quente e chuvoso do que em outros anos. As temperaturas mínimas ficaram bem acima do normal. Urussanga, por exemplo, não tinha um verão tão quente desde 1961, e Indaial desde 1973. Apesar de a última semana de julho ter sido seca e ensolarada, o mês foi bastante chuvoso, com registro de precipitação em 17 dias. Chapecó totalizou incríveis 498,2mm de chuva, bem acima da média mensal de 157,6mm.

Esse inverno tão atípico em Santa Catarina é reflexo do El Ninõ, que se caracteriza por aquecimento das águas do Oceano Pacífico. Segundo Gilsânia Cruz, meteorologista da Epagri/Ciram, o fenômeno, considerado moderado, deve, provavelmente, evoluir para forte durante os meses de agosto e setembro. A previsão é de que as águas continuem se aquecendo até dezembro, voltando ao normal no inverno de 2016.

“Estudos científicos apontam para aumento da chuva e tempestades severas no Sul do Brasil em anos de El Niño”, esclarece Gilsânia. “No entanto, é importante lembrar que o fenômeno apenas norteia a previsão, mas o acompanhamento diário é determinante para prever eventos extremos”, reforça a meteorologista, que recomenda atenção especial aos avisos meteorológicos emitidos pela Epagri/Ciram nesse período.

É para esclarecer o tema e afastar temores infundados que a Epagri participa do workshop El Niño 2015: Conhecer para Mitigar os seus Impactos, que acontece 19 e 20 de agosto, na Assembleia Legislativa e no campus da UFSC, em Florianópolis. O público é formado por profissionais ligadas à Defesa Civil nos municípios, imprensa e acadêmicos.

No dia 19, na Assembleia Legislativa, os aspectos científicos do fenômeno serão apresentados de maneira didática, com palestras de representantes da UFRGS e da USP. No dia 20, no templo ecumênico da UFSC, serão formados grupos de trabalho para discutir a troca de experiências em desastres naturais, a previsão para primavera de 2015, a construção de um novo sistema de previsão e monitoramento de eventos severos e as fronteira científicas em clima e eventos severos no Sul do Brasil. Tudo será reunido em um relatório que vai sugerir melhorias no sistema de proteção civil. Mais informações pelo e-mail elnino2015workshop@gmail.com. 

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