Udesc Laguna registra mortes de três espécimes de golfinho ameaçado de extinção
O curso de Engenharia de Pesca da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em Laguna registrou três mortes de toninhas na semana passada, sendo duas fêmeas adultas lactantes (em fase de amamentação) e um filhote recém-nascido.
Foto: Divulgação
Coordenada pelo professor Pedro Volkmer de Castilho, a equipe do Laboratório de Zoologia encontrou o filhote ainda vivo na tarde de sexta-feira, 22, na Praia do Gi, em Laguna, após receber o aviso de um pescador.
O animal, que estava muito debilitado e desnutrido, foi mantido em cativeiro e recebeu cuidados dos estudantes Gabriel Rohden, Gabrielle Duarte, Marcelo Schmitz, Marcus Andrade e Natanael Silva durante toda a noite.
Com assessoria do professor Castilho e da veterinária Cristiane Kolesnikovas, da associação R3 Animal, os acadêmicos prepararam um composto lácteo para alimentar o filhote em intervalos de uma hora.
No entanto, apesar dos esforços, o animal não resistiu e faleceu depois de quase 12 horas ininterruptas de tratamento. “Sofremos com a perda, pois tentamos até o último suspiro salvar uma espécie ameaçada”, falou Gabrielle.
De acordo com estimativas do Projeto Toninhas, mais de dois mil indivíduos desse tipo de golfinho morrem todos os anos na costa brasileira em razão de capturas acidentais com redes de emalhar.
O projeto é mantido pela Universidade da Região de Joinville (Univille) e tem apoio da Udesc Laguna no monitoramento do trecho sul do Litoral de SC. “Com a coleta do material genético, poderemos descobrir se o filhote tem parentesco com uma das fêmeas adultas encontradas”, afirmou Castilho.
Sobre a toninha
A toninha (Pontoporia blainvillei) é uma espécie de golfinho de pequeno porte que vive nas águas costeiras e, por ser bem discreta, não costuma se aproximar de barcos.
Mamífero marinho mais ameaçado do lado ocidental do Atlântico Sul, é a única espécie brasileira de golfinho que corre risco de extinção por causa da alta mortalidade provocada por atividades humanas e do lento ciclo reprodutivo, de 11 a 12 meses, que resulta em um filhote a cada um ou dois anos.
A Baía da Babitonga, que fica no Norte de SC e tem o maior manguezal do Estado, é a única no mundo que abriga uma população residente de toninhas, com cerca de 50 espécimes.
Assessoria de Comunicação da Udesc
Jornalista Rodrigo Brüning Schmitt
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