A  1ª Mostra Laboral do Sistema Prisional Brasileiro, organizada pelo Ministério da Justiça, Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (SJC/SC), reuniu em setembro de 2015, pela primeira vez, 27 estados da federação no Centro Integrado de Cultura, em Florianópolis. Santa Catarina foi escolhida para sediar o evento porque é referência nacional em número de presos que trabalham em um importante trabalho de ressocialização.

Foto: Jaqueline Noceti/Secom 

“Com muito esforço e dedicação, alcançamos o melhor desempenho do Brasil no trato dos apenados, o que faz Santa Catarina ocupar a maior média do país no número de reeducandos que exercem atividades laborais. Em 2011, havia pouco mais de mil presos trabalhando, cerca de 8%. Hoje, são mais de 9,3 mil, ou seja, 57%, dos apenados possuem trabalho remunerado”, destacou a secretária de Estado da Justiça e Cidadania, Ada Faraco De Luca

A Mostra foi inédita no sistema penitenciário de Santa Catarina porque, pela primeira vez, o público conheceu os produtos fabricados por apenados catarinenses, resultado da parceria com empresas que oferecem oportunidade de trabalho e renda no sistema prisional do estado. “Nossa responsabilidade, enquanto gestores públicos, é buscar a dignidade da pessoa, a qual se concretiza pela ressocialização do apenado e sua inserção no mercado de trabalho”, lembra Ada De Luca.

Além dos produtos elaborados pelos internos, as políticas de trabalho nas unidades prisionais do país e as empresas que oferecem vaga de trabalho aos detentos em Santa Catarina foram conhecidas pelo público catarinense durante a 1ª Mostra Laboral do Sistema Prisional Brasileiro. A secretária de Justiça e Cidadania, Ada de Luca, lembra que a responsabilidade, enquanto gestores públicos, é buscar a dignidade da pessoa, a qual se concretiza pela ressocialização do apenado e sua inserção no mercado de trabalho. “Temos que prepará-los para uma atividade laboral para que saiam de uma unidade prisional com vontade de viver e visualizando dias melhores”, destacou.

Casa mobiliada

No espaço de 400 metros quadrados em frente ao CIC, foi montada uma exposição dos produtos que são desenvolvidos nas unidades prisionais, tais como peças de artesanato, malharia, roupas ecológicas, fogões, móveis, bicicletas, lâmpadas, brinquedos e jogos educativos. Também foi erguida uma casa, pré-fabricada em uma unidade prisional e mobiliada com tudo o que é feito nas penitenciárias e nos presídios de Santa Catarina.

Já na sala Lindolf Bell, no interior do Centro Integrado, o público conheceu as atividades laborais desenvolvidas em todos os estados brasileiros. Paralelamente à mostra, também foram realizados seminários e conferências sobre assuntos ligados ao trabalho nas unidades prisionais com reconhecidos especialistas no tema.

O secretário adjunto da Secretaria de Justiça e Cidadania, Leandro Lima, lembra que, desde 2011, o Governo do Estado tem primado pelo modelo de atividade laboral voltada à ressocialização e por uma forma prática de oferecer trabalho e capacitação para que apenados tenham uma atividade profissional e condições, inclusive, de contribuir com a realidade financeira da família ainda estando preso.

“A maioria das atividades profissionalizantes não são vinculadas a artesanato, são trabalhos voltados à economia de cada região para que ele possa deixar a unidade prisional e retornar à sociedade preparado para o mercado local. Temos experiências exitosas de muitas empresas contratando dezenas de presos que saem do sistema prisional”, explicou Lima.

 “Com o trabalho, trazemos dignidade às pessoas. Acreditamos na reabilitação econômica por meio da ressocialização e da política laborativa para que os detentos tenham uma atividade lícita e não discriminada”, observou o diretor do Deap, Edemir Alexandre Camargo Neto.

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