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Governo do Estado inaugura Penitenciária referência em ressocialização com 599 vagas

O sistema prisional de Santa Catarina passa a contar com um reforço de 599 vagas. Foi inaugurada na manhã desta segunda-feira, 26, a Penitenciária Industrial de São Cristóvão do Sul, no Planalto Catarinense. A nova estrutura conta com 8,6 mil metros quadrados de área construída e investimentos do Governo do Estado de R$31 milhões.

Foto: Jaqueline Noceti / Secom

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Desde 2011, o Governo do Estado abriu 4,2 mil vagas no sistema prisional e com as novas vagas da penitenciária de São Cristóvão do Sul será possível, na região do Planalto, zerar a demanda de presos condenados que ainda permaneciam em presídios. 

Considerada uma referência nacional, por ter praticamente todos os apenados estudando ou trabalhando, a nova unidade da penitenciária também vai oferecer atividades laborais, para que os detentos tenham uma ocupação enquanto cumprem a pena.

“A ressocialização é um grande diferencial do sistema penitenciário de Santa Catarina. Mesmo as unidades mais antigas oferecem oportunidades de estudo e atividades de trabalho. Isso faz toda a diferença, porque nós precisamos devolver essas pessoas ao convívio em sociedade e também melhor preparadas para enfrentar o mercado de trabalho”, disse o secretário de Estado Adjunto da Justiça e Cidadania, Leandro Lima.


Foto: Jaqueline Noceti / Secom

Atualmente, os 880 detentos exercem atividades nos cuidados com a horta, fabricação de móveis, brinquedos, lajotas, tubos, estofados, cadeiras e blocos de concreto. As empresas constroem as unidades de produção e utilizam a mão de obra dos presos.

O dono de uma das maiores redes de móveis do Estado está ampliando os barracões que funcionam dentro da penitenciária, em São Cristóvão do Sul. Hoje a empresa conta com os serviços de 141 detentos dos regimes fechado e semi-aberto. Eles atuam na produção de estruturas de madeira que são usadas na fabricação de cama box e na confecção de estofados.

Segundo o empresário, os produtos saem acabados e dentro do padrão de qualidade comercial da empresa. Diariamente, os presos chegam a produzir, 240 caixas de madeira. Todos os dias, saem da penitenciária, quatro caminhões carregados de estofados. A parceria com a penitenciária começou em 2011 e quando o novo barracão estiver pronto será possível absorver praticamente 100% da mão de obra do regime fechado.


Foto: Jaqueline Noceti / Secom

“Me orgulho de poder contar com esse trabalho, que é especial. A empresa ajuda essas pessoas a mudarem de vida, a construírem novos propósitos e recebe em troca um trabalho qualificado, com responsabilidade, disciplina e vontade”, afirma.

Trabalho ajuda pai e filho que cumprem pena juntos

Jeferson de Almeida, de 24 anos, lembra com precisão do dia que mudou completamente a vida dele. No dia 15 de maio de 2010, ele e o pai, Aristiliano de Almeida, 43, se envolveram em uma discussão que resultou em homicídio. Há mais de cinco anos, os dois cumprem a pena juntos, e hoje estão na penitenciária de São Cristóvão do Sul.


Jeferson e Aristiliano Foto: Jaqueline Noceti / Secom

O pai já trabalhava com a produção de móveis e Jeferson, que na época do crime cursava o segundo ano do ensino médio sonhava em se formar em direito. O jovem pretende retomar o projeto quando sair da prisão, mas ao lado do pai, dentro da penitenciária, aprendeu uma nova profissão. Os dois trabalham na produção de estofados.

“O tempo que estamos aqui nunca vai se apagar da minha mente e o trabalho me ajudou a colocar a cabeça no lugar, a valorizar a vida e a família. Vou sair daqui muito melhor do que entrei e preparado para recomeçar, com dignidade”, projeta Jeferson. No mês que vem, ele e o pai passam para o regime semi-aberto. Vão poder retomar a vida em sociedade durante o dia e só precisarão dormir na prisão.

Modelo penitenciário catarinense é referência

O secretário de Estado Adjunto da Justiça e Cidadania, Leandro Lima, disse na inauguração da Penitenciária Industrial de São Cristóvão do Sul, que em Santa Catarina, 57% dos detentos estão trabalhando ou estudando dentro das penitenciárias. Segundo ele, a ressocialização, fez com que, em 2014, Santa Catarina fosse o estado com o menor índice de evasão de presos que ganham o direito das saídas temporárias.

“O que oferecemos é respeito e a garantia da dignidade humana. Com o trabalho, ainda quando preso, o detento pode ajudar a melhorar a condição econômica da família e encontrar inspiração pra se tornar uma pessoa melhor. É bom pra todo mundo”, afirma Leandro ao reforçar que a nova estrutura é uma referência em arquitetura, tratamento penal e ressocialização.

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