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Estudo da Udesc Oeste aponta causas da falta de milho em SC e alerta sobre transferência de fábricas

Um estudo elaborado por dois alunos de Zootecnia do Centro de Educação Superior do Oeste (CEO), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), aponta as causas sobre a falta de milho em SC, fator que está afetando a produção da agroindústria, e alerta sobre a possibilidade de as empresas, caso seja mantido o atual cenário, transferirem-se para o Centro-Oeste do país, onde a oferta do grão é abundante.

A pesquisa dos acadêmicos Augusto Barreta e Maurício Barreta, com orientação do professor Luiz Alberto Nottar, do curso de Zootecnia, foi publicada no suplemento Sul Brasil Rural, da edição nº 173 do jornal Sul Brasil, que é editado em Chapecó e circula em municípios vizinhos. A edição foi coordenada pelos professores Paulo Ricardo Ficagna e Diogo Alcântara Lopes, da Udesc Oeste.

O trabalho destaca que SC é considerada o berço da evolução da suinocultura e da avicultura devido, principalmente, ao modelo de integração introduzido na região Oeste na década de 1970. Esse sistema de parceria entre a agroindústria e o produtor “criou um forte elo entre as partes e proporcionou rentabilidade e solidez à cadeia produtiva, o que tornou o estado um polo emergente nessas atividades”, ressalta o estudo.

Os alunos afirmam, porém, que, apesar da evolução da agroindústria, ela enfrenta um grave problema, que é a falta de milho, pois o produto cultivado no estado atende apenas a metade da demanda catarinense.

Fatores

A pesquisa cita vários fatores para a baixa produção de milho no estado. Um deles é a pouca disponibilidade de área para o plantio do produto, já que uma parcela considerável da produção é utilizada para a silagem empregada na alimentação da bovinocultura do leite.

Outro fator é o crescimento das atividades da suinocultura e da avicultura, que tem sido superior à disponibilidade de terras agricultáveis. Além disso, a área de cultivo do milho vem perdendo espaço para a cultura da soja, que precisa de capital menor. “Esse cenário só não é mais desfavorável porque muitos agricultores são conscientes da necessidade do plantio de híbridos de milho para a rotação de culturas”, constatam os alunos.

Para complementar o abastecimento da demanda interna, as agroindústrias são obrigadas a trazer o milho de outras regiões do país, sobretudo de Mato Grosso e Goiás. O transporte até o Sul, que é feito por caminhões, é dificultado pelas más condições da malha viária.

“Esse fator gera, como consequência, o aumento dos custos de produção das atividades, que demandam grandes quantidades de milho, e a redução na margem de lucro das empresas e dos produtores”, diz o estudo.

Os estudantes alertam sobre a transferência das agroindústrias para o Centro-Oeste do país se for mantido o atual cenário, o que seria altamente vantajoso para essas empresas, pois poderiam usar o valor gasto no transporte para a implantação de modernas plantas frigoríficas.

Solução

O trabalho aponta, como solução para baratear o custo, o transporte do milho por meio de trens, o que reduziria em torno de R$ 6 por saca posto na moega das fábricas de ração. “Porém, a malha ferroviária existente é insuficiente e incompatível com a necessidade atual”, diz.

Os estudantes citam as discussões sobre a implantação da Ferrovia Norte-Sul, que transportaria os grãos da região central do Brasil para o Sul, integrado com o projeto Ferrovia do Frango, que faria o escoamento da produção de carnes para os portos catarinenses, beneficiando a vinda de insumos utilizados na produção agrícola regional.

Assessoria de Comunicação da Udesc
Jornalista Valmor Pizzetti
E-mail: valmor.pizzetti@udesc.br
Telefone: (48) 3664-7935 

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