Forças-Tarefa do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina realizam treinamento em Florianópolis
Foto: Leo Munhoz/Secom
Sete Forças-Tarefa (FTs) do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) estão reunidas em Florianópolis nesta segunda e terça-feira, dias 2 e 3 de dezembro, para um exercício de certificação de Busca e Resgate em Inundações e Enxurradas (BRIE). A ação marca o aniversário de um ano da enchente em Rio do Sul, ocasião em que o trabalho das equipes das FTs foi essencial.
Estão participando equipes de toda a 1ª Região de Bombeiro Militar (RBM), representando os batalhões de Florianópolis, São José, Balneário Camboriú, Blumenau, Criciúma, Itajaí e Tubarão. Cada FT é composta por quatro bombeiros militares, totalizando 28 profissionais.
O exercício foi dividido em diferentes etapas, desde a chegada das equipes a Florianópolis, onde os equipamentos foram verificados, até o exercício prático, que ocorreu à tarde, nas Baías Norte e Sul da Ilha.
O treinamento foi focado no uso de embarcações a motor, sendo este um dos equipamentos mais utilizados nas últimas ocorrências envolvendo desastres naturais e hidrológicos.
“Esse exercício de certificação é muito importante. Primeiro porque conseguimos avaliar as capacidades logísticas e de deslocamento de cada Força-Tarefa e, depois, a capacidade operativa durante o exercício propriamente dito. Também conseguimos identificar dificuldades enfrentadas em ocorrências reais, realizando alterações em nossos protocolos, manuais e até adicionando materiais utilizados durante as operações reais”, explica o major Marcelo Della Giustina da Silva, presidente da Coordenadoria de Força-Tarefa do CBMSC.
Na parte prática, foi realizado um simulado de rompimento de uma represa, em que uma cidade estaria alagada. As sete equipes deveriam realizar o resgate de 14 vítimas em situação de perigo, de forma técnica e ágil.
“A nossa preocupação com esse exercício é justamente tentar aproximar, no ambiente de treinamento, as condições que encontramos ao atender desastres hidrológicos, enxurradas ou inundações. Acompanhamos o desenvolvimento das missões, como o pessoal lida com o planejamento, organiza seu material e superam as dificuldades durante os resgates. Isso nos permite aprender e melhorar os atendimentos reais”, reforça o capitão Diego Medeiros Franz.
Para o cabo Macedo, que já participou de diversas missões no estado e fora dele, como no Rio Grande do Sul, o treinamento é essencial.
“A gente procura fazer esse tipo de treinamento para não perder a habilidade. A repetição nos dá mais prática. Os locais escolhidos para posicionar as vítimas hoje eram de difícil acesso, com pedras, justamente para simular as condições reais. Em ocorrências desse tipo, raramente navegamos em áreas sem obstáculos; sempre há algum carro submerso, rede elétrica ou telhado de casa. A navegação é sempre desafiadora e muito técnica.”
Além da parte prática, os bombeiros militares também participam de reuniões técnicas e de avaliação. O encerramento, nesta terça-feira, foi marcado pela parte pedagógica, com palestras sobre hidrologia e a formação histórica das Forças-Tarefa do CBMSC.
Como funcionam as Forças-Tarefa?
A corporação possui 15 Forças-Tarefa, que podem ser empregadas a qualquer momento. São bombeiros militares lotados em todos os 15 batalhões do CBMSC pelo estado, com cursos operacionais especializados em atividades relacionadas a desastres naturais, como busca e resgate, intervenções em áreas deslizadas, operações com embarcações, atividade com cães e outras.
“Caso seja necessário, a corporação aciona a Força-Tarefa mais próxima do local do desastre para atuar na resposta. Isso garante um rápido tempo de reação e alta efetividade no atendimento à população”, informa o Comandante-Geral Coronel Fabiano Bastos das Neves.
Os grupos são formados por células de quatro militares cada. Podem ser acionadas de duas a quatro células da mesma Força-Tarefa, compostas por viaturas 4×4, embarcações e equipamentos específicos para a atividade a ser desenvolvida.
Outro diferencial é que as Forças-Tarefa são autossuficientes. Ao chegar na zona de desastre, não sobrecarregam a logística local, sendo independentes para alimentação, alojamento e deslocamentos, por exemplo.
Algumas Forças-Tarefa contam com binômios (cão + bombeiro) em suas equipes, enquanto outras possuem mais de um binômio. Caso a operação exija o uso de cães, eles também são acionados e atuam junto com os bombeiros militares.