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Casan destina 30 toneladas de resíduos de obra da ETE João Paulo para reutilização

Fotos: Divulgação / Casan

Um dos pilares da sustentabilidade em obras de saneamento é a destinação correta dos resíduos após as atividades. Pensando nisso, a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) destinou para reciclagem e reutilização cerca de 30 toneladas de resíduos da construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do João Paulo e das obras de assentamento da rede coletora nos bairros João Paulo, Monte Verde e Saco Grande, em Florianópolis. Ao todo, foram mais de sete caçambas carregadas com pedaços de madeira, ferro, restos de concreto, blocos de cimento, tijolo e argamassa.

A ação é importante, porque o volume de resíduos gerados pelas obras de construção civil é grande e pode se tornar um problema ambiental se gerenciado de forma inadequada. “A maior parte do volume de resíduos gerados no mundo vem da construção civil e não do resíduo comum, o que a gente chama de lixo doméstico. Na realidade, o volume de resíduos gerados em uma única obra de engenharia de grande porte poderia ser maior do que o produzido em uma cidade inteira”, explica o biólogo Tomás Honaiser Rostirolla, que atua na supervisão ambiental das obras de implantação do sistema.

Para mitigar os potenciais danos ambientais, a Casan implementou um conjunto de procedimentos para o gerenciamento de resíduos com normativas para segregação, armazenamento e destinação adequada conforme o tipo e a classificação dos materiais.  A eficiência do programa permitiu que cerca de 99,83% de todo o resíduo gerado pudesse ser encaminhado à reciclagem ou ao reaproveitamento. Neste montante estão incluídos os resíduos de construção civil, madeira, metal, papel/papelão, plástico e solo proveniente das escavações.

Resíduos coletados na obra da Estação de Tratamento de Esgoto do João Paulo

Quando descartado corretamente, todo esse material pode ganhar novas utilidades na indústria. Nas palavras do biólogo Tomás “a madeira pode ser moída e transformada em compensados. O resto de concreto pode ser britado e ser utilizado em aterro. O ferro pode ser derretido e recondicionado como aço novo. Já o plástico é triturado e transformado em pellets para ser utilizado de novo como uma segunda geração.”

Apenas 0,03% do volume total dos resíduos tem como destino final os aterros sanitários ou industriais licenciados. Esses materiais correspondem aos rejeitos, resíduos sem possibilidade de reciclagem ou reaproveitamento devido à ausência de tecnologia viável, além de resíduos contaminados. Os aterros permitem a disposição final destes materiais sem risco de contaminação do solo e dos lençóis freáticos. Uma terceira parte, cerca de 0,14%, correspondente ao efluente de banheiros químicos, encaminhada para o tratamento. Todos os procedimentos aplicados nas obras de implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário na região seguem normativas ambientais e de segurança aprovadas pelo IMA.