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Missão a Portugal da SCGÁS conhece novas formas de transporte de gás natural

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A Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGÁS) lidera missão técnica a Portugal entre 17 e 25 de maio para conhecer a logística de distribuição de GNL (Gás Natural Liquefeito). A missão é resultado de um acordo de cooperação técnica entre a companhia catarinense e o Grupo Dourogás SGPS, um dos principais distribuidores de gás natural via construção e operação de redes e transporte rodoviário de GNL em Portugal. A missão também terá a participação da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc).

O GNL chega a Portugal pelo Terminal Portuário de Sines, ao Sul de Lisboa, vindo em grande parte da Nigéria. No terminal, a maior parte do GNL é regaseificada e distribuída via rede de tubulações e o restante é distribuído pelo modal rodoviário.

Em Santa Catarina, a SCGÁS estuda a viabilidade de uma unidade de liquefação de gás natural para otimizar seu transporte a regiões onde a rede de distribuição ainda não existe. “Hoje, transportamos GNC (Gás Natural Comprimido) até os locais onde não há rede de tubulação. Porém, o gás na forma líquida ocupa muito menos espaço do que o comprimido e permite a utilização de tanques mais leves do que os cilindros usados atualmente, isso otimiza muito o transporte do gás natural”, justifica Cósme Polêse, presidente da SCGÁS.

O presidente da SCGÁS explica que 600 metros cúbicos de gás no estado gasoso equivalem a 1 metro cúbico de GNL, diminuindo significativamente o espaço ocupado pela mesma quantidade do produto, e diz que não haverá necessidade de adaptações especiais nos pontos de consumo, pois apenas o transporte será feito na fase líquida. Com a mudança no sistema de transporte de GNC para GNL, a mesma quantidade que é transportada atualmente em quatro caminhões poderá ser transportada por apenas um.

Lages pode ser a primeira cidade a receber GNL

O estudo em curso na SCGÁS prevê que o gás natural seja retirado da tubulação em Rio do Sul, onde será refrigerado a 162ºC negativos, temperatura necessária para transformar o gás natural do estado gasoso para o líquido. De lá, o GNL segue até Lages, onde será regaseificado e inserido em uma rede isolada ou estruturante, para distribuição aos pontos de consumo – postos de combustível e indústrias.

Atualmente, o atendimento em Lages é apenas via modal GNC e exclusivo para atender ao mercado automotivo. “O próximo passo é fazer o mesmo em outras regiões do Estado, inclusive cidades que não recebem nem GNC”, acrescenta Polêse.

Para o vice-presidente regional da Fiesc para a Serra Catarinense, Israel Marcon, que acompanhará a missão, essa é uma iniciativa importantíssima para fomentar o desenvolvimento no interior do Estado. “A oferta de gás natural é uma de nossas bandeiras para melhorar a infraestrutura da região, além de ser uma grande vantagem competitiva para as indústrias que já estão aqui e também para atrair novos investimentos”, avalia Marcon.

Para sair do papel, além de comprovar a viabilidade técnica e econômica, o projeto ainda precisa ser aprovado pela Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc), onde a SCGÁS já protocolou o pedido de criação desse novo segmento.

As diferenças entre o mercado português e o catarinense

Em Portugal, onde o mercado de gás é livre e atuam vários players, todo o gás natural consumido por 1,3 milhão de clientes é proveniente de outros países – 75% via gasoduto e 25% pelo Terminal de Sines, na forma de GNL. O país consome 14 milhões de metros cúbicos/dia, incluindo o gás para geração termoelétrica, contra 1,8 milhão de metros cúbicos/dia em Santa Catarina.

Com dimensões territoriais semelhantes (o país do velho Continente tem 92,2 mil quilômetros quadrados  e SC se espalha em 95,7 mil quilômetros quadrados), os dois investem na construção de novas redes de distribuição para ampliar o acesso ao gás natural e apostam no crescimento do consumo.

Além das características comuns, a aproximação entre o Grupo Dourogás SGPS e a SCGÁS foi estimulada pela participação de ambos em um dos Comitês de Trabalho da IGU (International Gas Union), uma associação global que busca fomentar o progresso técnico e econômico da utilização de gás natural no mundo.

O coordenador de suporte técnico da SCGÁS, engenheiro Willian Lehmkuhl, representa o Brasil no comitê que se reúne entre os dias 18 e 20 em Lisboa para tratar das aplicações e uso final do gás natural e alinhar a estrutura e os conteúdo dos relatórios técnicos que serão produzidos no período. Também deve ser pauta do encontro o processo de definição e organização dos temas da Conferência Internacional de Pesquisa da União Internacional de Gás, que ocorre em maio de 2017 no Rio de Janeiro.

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