Santa Catarina sente crise, mas mantém indicadores acima da média nacional
Nova edição do boletim “Indicadores Econômico-Fiscais”, produzido pela Secretaria de Estado da Fazenda, mostra que Santa Catarina sente os impactos da crise econômica, mas continua apresentando resultados acima dos nacionais. O melhor exemplo é a geração de emprego. Enquanto Santa Catarina ampliou em 1,6% o número de postos de trabalho nos últimos 12 meses até fevereiro, o Brasil reduziu em 0,1%, na mesma comparação.
“Santa Catarina, provavelmente pela diversificação produtiva, desenvolvimento tecnológico, infraestrutura e qualificação de sua população, tem obtido resultados econômicos melhores que os nacionais”, destaca a publicação. O boletim “Indicadores Econômico-Fiscais” reúne informações sobre PIB, emprego, balança comercial, produção agrícola e industrial, vendas e receitas do comércio, consumo de energia elétrica, entre outros indicadores.
A edição de março mostra que o Estado está sofrendo os efeitos da crise. As expectativas do empresário, tanto da indústria quanto do comércio, atingiram o pior resultado da série histórica do Estado. Os consumidores também estão cada vez menos confiantes em relação a suas possibilidades de consumo, especialmente no longo prazo, e há uma maior proporção de famílias sem condições de quitar suas dívidas.
“Essa onda de pessimismo generalizado resultou em uma persistente retração dos indicadores econômicos”, avalia Paulo Zoldan, integrante da equipe da Diretoria de Planejamento Orçamentário da SEF, responsável pela publicação.
Resumo das principais análises feitas pelo “Boletim Indicadores Econômico-Fiscais”:
– No comércio varejista ampliado, o volume de vendas vem desacelerando desde maio de 2014, registrando nos últimos 12 meses, até fevereiro, uma retração de 0,7%. Ainda assim, na mesma comparação, o indicador em nível nacional registrou queda de 3,8%.
– No mesmo período, a indústria de transformação retraiu 3,6%. Apesar deste péssimo desempenho a indústria nacional enfrenta retração ainda maior.
– O setor de serviços, embora também esteja desacelerando, tem tido o melhor desempenho. A receita cresceu 8,5% até janeiro, enquanto em nível nacional cresceu apenas 5,4%.
– Na agropecuária, dentre os 13 principais produtos agrícolas do Estado, sete apresentaram variação percentual negativa em relação à safra de 2014. Condições do clima e mercado estão, entretanto, permitindo uma boa safra para os sojicultores. Boas perspectivas para as exportações de suínos e aves deverão dar algum fôlego para o setor.
– As exportações do Estado, diante da desvalorização do câmbio, reagiram nos últimos meses, mas no acumulado do ano até março, ainda registram queda de 7,5% no valor em relação ao mesmo período de 2014. O desempenho comercial do Estado tem apresentado uma evolução melhor que a do país.
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