Engenheiros Agrônomos apresentam duas novas variedades para o cultivo de mandioca no Sul do Estado
Após 10 anos de pesquisa, engenheiros agrônomos da Estação Experimental da Epagri de Urussanga desenvolveram duas variedades de mandioca. Entre as principais características das novas opções está a alta resistência a fatores climáticos e à bactérias. A expectativa é que o plantio possa alavancar ainda mais o desenvolvimento da região. Segundo a pesquisa, o Brasil é o terceiro maior produtor de mandioca do mundo e Santa Catarina ocupa a 12ª posição com uma produção anual de 500 mil toneladas.
Batizadas de “Luna e Sambaqui”, as novas variedades de mandioca foram apresentadas aos agricultores da região, na tarde desta quinta-feira, 07, em Urussanga. Os engenheiros agrônomos mostraram como foi o processo de criação e desenvolvimento dos novos produtos, como também as vantagens de utilizá-los como opção de cultivo. “Foram dois anos somente na análise de plantio. Em duas safras consecutivas conseguimos perceber o diferencial que este produto representa”, explica o engenheiro agrônomo, Alexsander Moreto. “As pesquisas e testes foram realizados através de cruzamentos genéticos entre as espécies de mandioca já existentes com o auxílio de técnicas e conhecimentos científicos”, complementa.
Os responsáveis pela pesquisa também informaram que para que haja sucesso na produção da mandioca é necessário uma boa condição climática, solo específico, análise correta do período necessário para plantio, dentre outros.
Para o desenvolvimento das novas variedades, os engenheiros contaram com o apoio de alguns agricultores que se disponibilizaram a ceder um pedaço das terras para o experimento. O produtor Jorge Nereu, de Sangão, foi um que contribuiu com o trabalho e já consegue constatar vantagens no cultivo das novas variedades. “Acreditei e deixei que plantassem em minha terra. Percebi que é um produto de qualidade e vi uma grande diferença comparado com as outras variedades da mesma espécie. Antes eu colhia 10 toneladas por hectare, hoje é possível alcançar até 30 toneladas”, salienta o produtor.
O secretário de Estado de Desenvolvimento Regional de Criciúma, João Rosa Filho Fabris, reconhece a importância do trabalho dos profissionais.“O trabalho que é realizado com paciência e perseverança sempre traz bons resultados e desta vez não poderia ser diferente. Através da dedicação dos engenheiros, os produtores podem aderir à nova variedade e assim ganhar na qualidade, quantidade e também financeiramente”, ressalta.
Uma década de estudos e pesquisa
Durante o lançamento das novas variedades de mandioca, em Urussanga, os engenheiros que realizaram as pesquisas falaram das parcerias e das etapas que o estudo precisou seguir. A análise para a produção das variedades Luna e Sambaqui foi realizada pela Estação Experimental de Urussanga, em parceria com a Secretaria de Estado de Agricultura e Pesca, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina – Epagri e Gerência Regional da Epagri da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Criciúma. Entre o processo de adequação à legislação, pesquisa científica e desenvolvimento laboratorial para o lançamento dos cultivares foram 10 anos de trabalho.
Fonte de desenvolvimento econômico e geração de emprego
Segundo o diretor de pesquisa da Epagri, Luiz Antonio Palladini, a agricultura familiar necessita ser destaque no Estado e para que isso aconteça é necessário desenvolver bons produtos.“Quando falamos em desenvolvimento de novos produtos, falamos em mais renda, geração de emprego, lucro e indústria satisfeita”, afirma Palladini.
Ainda segundo a Epagri, 340 engenheiros se dedicam às pesquisas relacionadas ao segmento da farinha de mandioca. Estima-se que o setor conta com empresas empacotadoras espalhadas em 51 municípios do Estado. Estas indústrias geram, pelo menos, 1360 empregos diretos. O segmento do polvilho gera outros 180 e o da fécula de mandioca é responsável por outros 200 postos de trabalho.
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Texto: Diego Colombo