A Secretaria do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS) realizou nesta quarta-feira, 19, o Seminário Ecossistema de Inovação na Educação, em Florianópolis. “A Educação precisa de um salto, ir muito além de boas políticas e bons programas. Este salto é um trabalho difícil, por ser de convicção de seus dirigentes em uma direção única, com muita persistência”, disse o secretário da SDS, Paulo Bornhausen.

O objetivo é tornar Santa Catarina referência nacional e internacional na qualidade da educação pública e na produção de soluções educacionais inovadoras. O encontro reuniu cerca de 150 pessoas de diversas áreas ligadas à educação, como gestores públicos, pesquisadores, representantes de empresas de soluções, de universidades e de fundações.

Foi apresentado um painel intersetorial com participação da Secretaria de Educação (SED), da Federação da Indústria de Santa Catarina (Fiesc), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (Certi). Para o secretário de Educação, Eduardo Deschamps, este salto na qualidade do ensino catarinense é um grande desafio. “Ainda que os indicadores educacionais no Estado estejam nas primeiras posições do Brasil, ainda estamos longe dos índices de países desenvolvidos”, comentou.

Desafios e oportunidades

O presidente do Stanford Research Institute (SRI International), Curtis Carlson, foi convidado para falar sobre os desafios e oportunidades para inovar na educação. Ele afirmou que o propósito da educação é criar inovação em todas as áreas. “A inovação oferece possibilidades ilimitadas. A educação digital, por exemplo, é uma das maiores oportunidades de mercado e haverá uma verdadeira revolução”, ressaltou.

Membro do conselho para inovação e empreendedorismo do Governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e do Conselho de Liderança em Inovação do Fórum Econômico Mundial, Carlson citou empresas que já foram líderes do mercado e perderam espaço, como Nokia, Kodak e Motorola. “Nenhuma delas teve um grande processo de inovação. Isso vale também para empresas menores, se você não sabe descrever o processo é porque ele não existe”, declarou. Segundo o norte-americano, a criação de valor é também um processo que envolve a ideia nova, importância, abordagem e benefícios, para então ser colocada em prática.

Para uma aprendizagem na educação, o presidente da SRI garantiu que são necessários seis tópicos: execução, trabalho em grupo, múltiplas representações do ensino, retorno do que está sendo aplicado, mentores e incentivos. “Sem isso não há desenvolvimento em educação”, alertou.

Cluster de Inovação na Educação

A secretária adjunta da SDS, Lucia Dellagnelo, apresentou o projeto de criação de um cluster de Inovação na Educação no Estado. “Temos o objetivo de desenvolver um conjunto de ações articuladas em inovação, educação e inclusão social para tornar Santa Catarina líder na produção de soluções educacionais e de excelência na educação pública”, disse.

Os principais componentes do programa envolvem capital humano, promoção e competitividade de tecnologias de comunicação e educação, além de governança e fortalecimento institucional para o fomento da inovação. De acordo com Lucia, falta conexão entre os atores e setores do ecossistema de inovação, citando professores, famílias, alunos, desenvolvedores de produtos e gestores governamentais.

“Precisamos de políticas de Estado, inadiáveis e irreversíveis, que criem um padrão de convergência daquilo que esperamos para o futuro, para então, começarmos o trabalho”, explica Bornhausen. Como plano de ação para este ano, está previsto a inclusão do sistema Fiesc entre parceiros, planejamento estratégico do cluster, bem como dos espaços de inovação educacional nos 12 Centros de Inovação que estão sendo implantados no Estado.

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Michelle Nunes
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