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Pesquisa da Udesc Oeste conclui que manejo pré-abate incorreto influencia na qualidade da carne

O manejo pré-abate incorreto, além de interferir negativamente no bem-estar dos animais, influencia diretamente na qualidade da carne e em seus subprodutos, gerando queda de qualidade e prejuízos à indústria.

A conclusão consta da pesquisa da estudante Karine Cristine Cubas da Silva, do curso de Zootecnia do Centro de Educação Superior do Oeste (CEO), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), que foi publicada na edição desta quinta-feira, 31, do suplemento Sul Brasil Rural, encartado a cada 15 dias no Jornal Sul Brasil, editado em Chapecó. O encarte é coordenado pelo professor Paulo Ficagna, do curso de Zootecnia.

Orientado pelos professores Marcel Manente Boiago e Diovani Paiano, do Departamento de Zootecnia da Udesc Oeste, o trabalho constatou que uma das principais alterações provocadas pelo estresse pré-abate em suínos, por exemplo, é a síndrome metabólica denominada carne PSE (sigla em inglês para “carne pálida e mole”), caracterizada pela maior perda de água e flacidez acentuada.

“Tais alterações se devem à aceleração de processos bioquímicos que levam a uma queda excessiva de pH (potencial hidrogeniônico que indica a acidez, neutralidade e alcalinidade) muscular durante o processo de transformação do músculo em carne, denominado Rigor Mortis”, diz a aluna.

Ela aponta também outro distúrbio metabólico, denominado DFD (do inglês “seca, dura e escura”), geralmente encontrado em animais que não tiveram tempo mínimo de descanso na planta frigorífica. “Nesses casos, as reservas de glicogênio muscular no momento do abate são insuficientes, e o pH final da carne fica acima do desejado”, destaca Karine.

Esses problemas causados pelo estresse pré-abate podem ser minimizados, segundo a acadêmica da Udesc Oeste, com o treinamento dos trabalhadores envolvidos no manejo dos animais destinados ao abate.

Procedimentos
Karine cita sete procedimentos que devem ser adotados no manejo pré-abate:

  1. Separação dos suínos debilitados e a antecipação do seu abate;
  2. Correção da inclinação das rampas de embarque-desembarque, que não deve ser maior do que 15 graus;
  3. Evitar conduzir os animais em lotes grandes ou pequenos;
  4. Evitar misturar animais que não se conhecem para impedir disputas;
  5. Não movimentar os animais sem jejum prévio de pelo menos 6 horas;
  6. Priorizar o abater os animais entre 12 e 18 horas após o início do jejum;
  7. Permitir descanso de pelo menos seis horas e fornecer condições ambientais favoráveis aos suínos.

Esses fatores, segundo a pesquisa, minimizam os problemas metabólicos, melhoram o bem-estar animal e reduzem as contaminações nos frigoríficos. “Uma grande atenção deve ser dada à etapa do transporte, pois é quando ocorrem maiores perdas e estresse dos animais”, ressalta a aluna.

Os animais devem ser transportados em condições de conforto térmico, em caminhões de manutenção adequada no menor tempo possível e em distâncias curtas para impedir perdas, recomenda a acadêmica.

Assessoria de Comunicação da Udesc
Jornalista Valmor Pizzetti
E-mail: valmor.pizzetti@udesc.br
Telefones: (48) 3321-8142/8143