O Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), desenvolve projeto que visa avaliar se há acúmulo de elementos químicos como chumbo e cádmio em quatro hortaliças cultivadas e comercializadas em Lages: couve, rúcula, espinafre e chicória.

Foto: Divulgação/Udesc

O projeto de doutorado da aluna Cláudia Lopes, “Processos Bioquímicos e Fisiológicos em Plantas Olerículas Acumumadoras de Cd (Cádmio) e Pb (Chumbo)”, tem a orientação do professor David Miquelluti e a co-orientação dos docentes Mari Lucia Campos e Cristiano Steffens.

Outro projeto da Udesc Lages busca avaliar a tolerância e a capacidade de acumular metais pesados em espécies vegetais utilizadas como plantas de cobertura e pastagens em sistema hidropônico (plantas sem solo) e cultivadas em vaso, usando o alho como espécie vegetal.

Pesquisa anterior
A Udesc Lages já desenvolveu projeto de extensão com a finalidade de determinar o teor de metais pesados e nitrato em hortaliças comercializadas nos supermercados e produzidas em hortas comunitárias de Lages.

A pesquisa constatou que os valores obtidos de metais como cobre, zinco, cádmio e chumbo nos solos de hortas comunitárias foram inferiores aos valores orientadores propostos pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), de São Paulo.

O trabalho também concluiu que os teores médios do cobre, cádmio, zinco e chumbo em hortaliças são semelhantes aos obtidos para solos da região da Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures), que reúne 11 municípios.

No fim da pesquisa, coordenada pela professora Mari Lucia Campos e apoiada pela bolsista Rubya Carvalho Beber, a Udesc Lages distribuiu folder aos responsáveis pelas cinco hortas que foram alvo do projeto, com recomendações sobre o cultivo sem a presença de metais.

De acordo com o trabalho, os metais pesados são elementos não biodegradáveis e biocumulativos que podem passar de uma espécie a outra ao longo da cadeia alimentar. Os elementos tóxicos principais são arsênio, chumbo e cromo.

A pesquisa também apontou o descarte de resíduos industriais, pilhas, baterias, resíduos orgânicos, dejetos de suínos e aves, solventes orgânicos, óleos automotivos, gasolina, tintas, material de construção, pesticidas e adubos como responsáveis pelo ingresso de metais pesados nas hortas.

“Nem tudo o que a gente coloca em nossa terra pode significar adubo. Muitas vezes acabamos estragando aquilo que mais queremos preservar: a vida e a saúde da terra, as plantas e a natureza”, alerta o material distribuído.

Assessoria de Comunicação da Udesc
Jornalista Valmor Pizzetti
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