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Campanha Todos contra o cancro europeu mobiliza produtores e profissionais do agro em São Joaquim

O cancro europeu é uma praga presente no país muito danosa para a produção de maçãs, causada pelo fungo Neonectria ditissima, mas que vem sendo mantida sob controle em Santa Catarina com as ações previstas no Programa Estadual de Mitigação de Riscos do Cancro Europeu das Pomáceas. As atualizações quanto ao quadro atual da doença, às técnicas de manejo e resultados de pesquisas sobre o tema foram apresentados no  1º Encontro Regional da Campanha Todos Contra o Cancro Europeu, realizado em São Joaquim, no dia 25 de agosto. 

Mais de 170 pessoas, entre fruticultores e profissionais do agro, acompanharam as palestras. Alexandre Mees, gestor do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal (Dedev) da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), foi um dos palestrantes, apresentando a evolução do controle da praga. “Desde os primeiros registros da doença, o pico que tivemos não passou de 16% das propriedades com casos de cancro europeu e nas últimas safras tem ficado abaixo de 10%. O manejo do cancro europeu, conforme o que prevê a legislação sobre sanidade vegetal, é a melhor forma de se combater a doença”, afirmou o engenheiro agrônomo. 

Alexandre Mees, gestor do Dedev/Cidasc durante a palestra. Foto: Ascom/Cidasc

O encontro em São Joaquim apresentou também tecnologias como o aplicativo Cancontrol, desenvolvido em parceria com o IFSC de Lages, que auxilia o produtor a identificar plantas afetadas pelo fungo causador do cancro europeu. O conteúdo do evento foi elogiado por produtores como Wilson Castello Branco, produtor de maçã há 45 anos. Ele relata ganhos em sua propriedade com as medidas de controle: “em anos anteriores, tivemos casos de cancro europeu em mudas, que foram erradicadas, e a cada ano o número de árvores afetadas tem sido menor”, conta o fruticultor.

A boa acolhida do público foi celebrada pelo secretário de Estado da Agricultura, Valdir Colatto: “Nós precisamos trabalhar intensamente para proteger nossa fruticultura e evitar a presença desta praga em nossos pomares. A melhor forma de combatê-la é levar a informação aos nossos técnicos e agricultores”, enfatiza o secretário. 

Foto: Ascom/Cidasc

“Este evento é resultado do engajamento do setor público, privado, das cooperativas de produção, das representações profissionais e dos produtores de maçã. As informações de pesquisa, as técnicas de manejo transmitidas pela extensão rural e assistência técnica e as ações da defesa agropecuária foram discutidas durante o encontro, promovendo a atualização dos produtores, dos responsáveis técnicos e demais envolvidos na cadeia produtiva”, afirma o gerente de Sanidade Vegetal da Secretaria de Estado da Agricultura, engenheiro agrônomo Mario Alvaro Aloisio Verissimo.

O 1° Encontro  Regional da Campanha Todos Contra o Cancro Europeu foi realizado com a união de esforços entre o Comitê Estadual de Sanidade das Pomáceas (Cesp) e a Associação de Engenheiros Agrônomos da Serra Catarinense (Assea), com patrocínio do CREA-SC e do Sistema Faesc/Senar/Sindicato Rural de São Joaquim. O Governo do Estado, por meio da SAR, da Cidasc e da Epagri, além de diversas entidades representativas do setor agropecuário e da fruticultura, e a Prefeitura Municipal apoiaram o evento.

Programa Estadual de Mitigação de Riscos do Cancro Europeu das Pomáceas 

O cancro europeu foi detectado pela primeira vez no Brasil em um viveiro comercial de mudas de maçã em 2002, no município de Vacaria, no Rio Grande do Sul. Em 2012, a doença havia sido identificada oficialmente em pomares dos três estados produtores do Sul: Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, devido à comercialização de mudas infectadas dos viveiros contaminados pela doença. A praga, que gera prejuízos à cadeia produtiva da maçã, encontra-se sob controle oficial nos três estados do Sul.

Dessa maneira, por meio de medidas de prevenção, vigilância e controle, estabelecidos por esta portaria, busca-se alternativas para evitar novos focos do cancro europeu em outras áreas ou plantas, de forma que não comprometa a produção e comercialização de maçãs e mudas dentro das áreas produtivas do Brasil.

Esta nova norma foi proposta pelo Comitê Estadual de Sanidade das Pomáceas – Cesp, comitê este instituído pela Portaria SAR nº 32/2019, e que conta com representantes dos produtores de maçã, sindicatos, prefeituras, pesquisa, assistência técnica e defesa agropecuária.

A Portaria SAR nº 20, de 19/04/2023 pode ser acessada neste link.

O fungo Neonectria ditissima

As infecções por N. ditissima, afetam, principalmente, as partes lenhosas, como os ramos do ano, os galhos, tronco principal da planta e os frutos.  As temperaturas amenas são propícias para o desenvolvimento e esporulação do patógeno. As chuvas e a alta umidade relativa mantêm a superfície das lesões/ferimentos de ramos ou troncos úmidos o suficiente para que ocorra a germinação dos esporos e colonização das células do córtex. Estas condições ambientais de predisposição estão presentes praticamente durante todo ano.

Importância econômica da cultura da maçã para Santa Catarina

A produção de maçãs no Brasil concentra-se na região Sul, por apresentar clima adequado e também estrutura de logística e de comercialização. São mais de 38 mil hectares e uma produtividade média de 38,8 toneladas por hectare, distribuídos entre os estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Santa Catarina responde por aproximadamente 48% da área cultivada com maçã, o que representa cerca de 50% da fruticultura do estado, segundo dados da Epagri Cepa e Observatório do Agro Catarinense.

Mais informações à imprensa:
Denise De Rocchi
Assessoria de Comunicação – Cidasc
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