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Iniciativa no Extremo Oeste de SC promove práticas agrícolas para controle da estiagem e da erosão do solo

Recuperação de matas ciliares é uma das ações do projeto (foto: Divulgação/Epagri)

O projeto Plantando Água, criado em 2022 para promover o controle da estiagem na região do Extremo Oeste de Santa Catarina está executando ações de reservação de água como plantio de mudas nativas, construção de barraginhas e a melhoria das práticas de uso, manejo e conservação do solo e da água, como o uso de plantas de cobertura, manejo com rolo-faca, incremento do sistema plantio direto e da agricultura regenerativa, além da construção de terraços em 19 municípios da região.

As estiagens de 2019, 2020 e 2021, que quase emendaram uma na outra, foram determinantes para essa articulação na região, onde existe abundância de chuva, mas com perda de água. O problema econômico, ambiental e social exigia uma ação em conjunto de prefeituras e a população em geral. “É importante trabalhar a dimensão da água ligada à produção, à agropecuária, às estradas e à infraestrutura”, diz o agrônomo da Epagri Ivan Canci, que atualmente é prefeito de Anchieta. Como principais estratégias, ele destaca as reuniões nos municípios, a articulação de bases de apoio a partir das cooperativas, dos sindicatos, da Epagri e das prefeituras, e o trabalho com total autonomia de cada município dentro das diretrizes do projeto.

Segundo o engenheiro-agrônomo da Regional da Epagri em São Miguel do Oeste Clístenes Antônio Guadagnin, que coordena na região o projeto Solo, Água e Ambiente, o plantio de mudas nativas e a recuperação de matas ciliares se dá principalmente nos municípios de Anchieta, São João do Oeste, Bandeirante, Descanso, Guarujá do Sul, Dionísio Cerqueira, Iporã do Oeste, São Miguel do Oeste e Princesa. A construção de barraginhas – pequenas bacias escavadas no solo com até 20 metros de diâmetro para captar água da chuva, sobretudo enxurradas, e permitir a rápida infiltração da água e evitar erosão do solo está sendo executada em Anchieta, Iporã do Oeste e São João do Oeste.

Barraginhas são pequenas bacias escavadas no solo para captar água da chuva e permitir a rápida infiltração da água e evitar erosão (Foto: Divulgação/Epagri)

“O objetivo é trabalhar em quatro frentes. A primeira delas é o cuidado com as matas ciliares. A segunda é o cuidado com as estradas, com a construção de barraginhas para evitar a erosão. Outro ponto é mobilizar a região em torno da temática da reservação de água para o controle da estiagem. E o quarto ponto é o aumento das práticas de manejo e conservação do solo”, explica Ivan.

Na prática, o Plantando Água é o que o agrônomo Jonas Marcelo Ramon, da Regional da Epagri de São Miugel do Oese, fez em sua propriedade. “Uns três quilômetros de terraço de base estreita para infiltrar água, drenar o excesso e evitar erosão”, conta. Além disso, “trabalhar com plantio direto ou culturas perenes para não deixar o impacto da chuva tocar diretamente no solo e começar a erosão, e fazer a armazenagem da água da chuva, não só em cisternas, mas em barragens, para aguentar períodos de escassez”, ensina o agrônomo. Ele lembra que o maior armazém de água é o solo, por isso a necessidade de conservá-lo.

Segundo Clístenes, para 2023 o Plantando Água tem planejado ações de desenvolvimento e sustentabilidade ambiental, por meio da gerência regional da Epagri em São Miguel do Oeste, como a implantação de 900 hectares com manejo de plantas de cobertura verde do solo, a implantação de 500 hectares de terraços e de mil hectares com manejo conservacionista do solo e da água. Na reservação de água, “temos planejado 218 mil metros cúbicos com reservatórios de água, 38 mil metros cúbicos com cisternas e 2.500 metros cúbicos com açudes, além de 100 proteções de fonte de água”, diz o agrônomo.

A construção de terraços é uma das práticas executadas no projeto (Foto: Divulgação/Epagri)

As ações municipais e intermunicipais para melhorar a qualidade e a quantidade de água envolvendo o solo e o ambiente incluem plantar e regenerar um milhão de mudas de árvores de espécies nativas, práticas conservacionistas de uso e manejo do solo e da água, plantas de cobertura, terraços, plantio direto, uso de rolo-faca (equipamento que mantém a palhada) e a construção, ao longo de 400 quilômetros de estradas, de tanques de decantação e infiltração de água (conhecidos como barraginhas), para evitar a erosão do solo ao longo das estradas rurais. O trabalho executado pela Epagri e parceiros envolve também a proteção de fontes de água, recuperação de mata ciliar e ações de educação ambiental nas escolas.

O projeto é uma iniciativa criada pela Associação dos Municípios do Extremo Oeste de Santa Catarina (Ameosc), pelos Colegiados de Secretários Municipais de Agricultura e Meio Ambiente e de Educação e Cultura dos 19 municípios, pelo Instituto Federal de Santa Catarina (campus de São Miguel do Oeste) e pela Epagri (Gerência Regional de São Miguel do Oeste) para executar as ações nos 19 municípios que integram a região, onde, de acordo com o IBGE, vivem 181.264 pessoas.

Ouça mais sobre esse assunto no Panorama Agrícola, programa de rádio da Epagri. (https://soundcloud.com/user-435614690/panorama-agricola-20-julho-2023)

Mais informações e entrevistas:

Clístenes Antônio Guadagnin, coordenador do projeto Solo, Água e Ambiente da Epagri no Externo Oeste Catarinense
Fone: (49) 3631-3229

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