Produtos apreendidos pelo Imetro-SC ajudam na construção de cadeiras de rodas e muletas
Fotos: Marco Fávero/SECOM
Produtos apreendidos em fiscalizações, por situação irregular, são aproveitados na construção de cadeiras de rodas e muletas. A iniciativa, que tem ajudado pessoas com dificuldade de mobilidade, é realidade por meio de um Termo de Cooperação entre o Instituto de Metrologia do Governo de Santa Catarina (Imetro-SC) e o Projeto Lixo Limpo, de Tijucas.
Desde a assinatura do Termo de Cooperação, em junho de 2022, cerca de 100 peças, entre cadeiras de rodas, de banho, muletas e andadores foram reformadas com ajuda dos materiais destinados pelo Imetro-SC. Os novos instrumentos são, posteriormente, doados para instituições e pessoas com necessidades especiais.
Neste mês, o Imetro-SC completou mais uma destinação com cerca de 12 mil itens entre climatizadores elétricos, pneus, balanças, brinquedos, cadeiras e copos plásticos. Todos, oriundos de apreensões por não estarem em conformidade com a legislação na qualidade de produtos ou na avaliação metrológica, sendo que o uso pode trazer riscos à população.
A presidente da Comissão de Destinação dos Produtos Apreendidos do Imetro-SC, Renata Santos da Silva, explica que as empresas responsáveis têm direito à ampla defesa e os itens só são destinados após o término do processo. Os produtos são parcialmente destruídos e destinados ao Projeto Lixo Limpo ou à empresa TR2-HPI-SC Ltda. A destinação é comprovada por meio de Ata assinada, fotos e vídeos.
Para Renata, a parceria com o Projeto Lixo Limpo tem um papel fundamental no incentivo à economia circular e o fortalecimento do papel social do Governo de Santa Catarina. “São produtos descartados por estarem irregulares. Desta forma temos uma contrapartida importante onde podemos contribuir com mais acessibilidade e conforto para quem mais precisa. Um resultado que realmente nos orgulha”, destaca Renata.
O presidente do Imetro-SC, Alexandre Soratto ressalta o compromisso com o desenvolvimento sustentável. “Aqui no Imetro não poderia ser diferente. Esta parceria com o Projeto Lixo Limpo é uma das ações que realizamos e nos traz satisfação em saber que os produtos inutilizados estão sendo destinados corretamente, e mais, cumprindo um papel social importante”, completa.
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Lixo Limpo
O grande propulsor do projeto de construção das cadeiras e muletas, tem apenas 16 anos, Fellipe Fantin. O presidente da Instituição Sabino Fantin e a esposa Salete Marcondes, pais de Fellipe, contam que a ideia nasceu há dois anos, quando o jovem comprou, uma cadeira de rodas e uma muleta para reformar. A velha cadeira e a muleta ganharam peças novas e com a reforma ficaram prontas para o uso novamente.
Aquela atitude, que enche os olhos do pai de orgulho até hoje, também foi a inspiração para a criação do projeto Lixo Limpo. Junto com a motivação do garoto, surgiu a vontade da família em ajudar o próximo. “Eu fui cadeirante por cinco anos e sei como é difícil a pessoa precisar de uma cadeira de rodas e não ter.
Atualmente o projeto é tocado pela família e o vice-presidente Mazinho Filho e conta com apoio de empresas e instituições. Sabino Fantin explica que os materiais são separados, onde cada tipo tem uma destinação específica. “Todo material é desmontado, separado e reciclado. Por exemplo, tem um material que recebemos do Imetro que se chama spinner, que vai nos brinquedos e é perigoso para crianças, mas o rolamento usamos na roda dianteira da cadeira. O mesmo acontece com as bicicletas que também recebemos do Imetro, elas não servem para o uso, mas as peças servem para a construção das cadeiras”, conta ele. “Mesma coisa são os pneus, que são de baixa qualidade, mas a borracha se transforma em material para ser feito asfalto. Então, tudo se aproveita”, completa.
“Já são 397 cadeiras de rodas que passaram pela mão do Fellipe, meu filho, e hoje estão na casa de alguém. E é reciclando que conseguimos fazer essas ações”, lembra Sabino.
A economia circular é um conceito estratégico em que os resíduos são insumos para a produção de novos produtos. O conceito propõe uma mudança nas cadeias de produção e busca conciliar o crescimento econômico, a sustentabilidade e o bem-estar da sociedade.
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Mônica Foltran
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