Obra da Casan para enfrentar a seca no Oeste equivale a distância entre Florianópolis e Tijucas
Foto: Acervo / Casan
Para se ter uma ideia do porte de uma grande obra, vale fazer comparativos. No caso do Projeto Rio Chapecozinho, da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), o transporte de água bruta por rede de abastecimento percorre uma distância de 58 quilômetros. A extensão equivale ao trecho entre Florianópolis a Tijucas, que é de 55 quilômetros.
A maior obra de sistema de abastecimento de água em execução atualmente em Santa Catarina pretende minimizar as dificuldades de captação de água nos municípios de Chapecó, Xaxim, Xanxerê e Cordilheira Alta. Nessas localidades, os mananciais próximos são vulneráveis à constante falta de chuvas. Até o momento, cerca de um terço da obra foi concluída. Com investimento de cerca de R$390 milhões, o Projeto Chapecozinho terá quatro reservatórios, com vazão de 1.250 litros por segundo e uma reserva de água de 17,5 milhões de litros.
“Para problemas grandes, precisamos de grandes soluções, que são grandes obras. Essa é a maior obra na área de saneamento no estado, visando atender esses municípios que sofrem constantemente com o problema da estiagem. A região costuma sofrer muito, pois qualquer tempo sem chuva já começa a complicar o abastecimento. E são cidades pujantes, com economia forte, que precisam de um abastecimento constante e seguro”, reforça Pery Fornari Filho, engenheiro sanitarista e ambiental e Superintendente Regional de Negócios do Oeste da Casan.
De acordo com o engenheiro, o projeto do Rio Chapecozinho pode ser a solução do problema hídrico da região. Quando a estiagem fica mais evidente, são comuns medidas paliativas, visando proporcionar o fornecimento de água à população local. No entanto, o projeto é necessário para que não haja mais situações de falta de abastecimento, o que compromete a segurança hídrica local.
“A gente fez várias ações emergenciais pontuais, com perfuração de poços em Chapecó, foram feitas interligações de sistemas, Xaxim contou com açudes em operação para água bruta visando o abastecimento da população. Em Xanxerê, foram viabilizadas diversas medidas de interligação, caminhões pipa, coisas pequenas, pontuais, mas só vamos conseguir sanar o problema quando a obra estiver pronta”, destaca Pery.
Execução das obras
Com cerca de um terço da obra executada, os serviços ocorrem em diversas frentes, como na adutora de água bruta, no Rio Chapecozinho, no município de Bom Jesus, onde está sendo feito o assentamento da tubulação. As operações incluem a criação de uma estação de tratamento de água (ETA), que ficará localizada em Xanxerê. Toda terraplanagem da ETA já está finalizada. Entre os serviços, ainda estão em execução o assentamento da tubulação da adutora de água tratada e a concretagem do reservatório Xanxerê. Ao todo, são reservatórios previstos.
“A obra é feita por etapas e está 30% concluída, mas com 40% financeiramente executada porque já efetuamos a compra de muito material. Então, um consórcio executa a obra e uma empresa é contratada para a fiscalização. Temos em torno de 99% da execução na adutora de água bruta, 40% execução de adutora de água tratada, enquanto a captação de água bruta está bem no início da obra, com 1%. A ETA está em aproximadamente 20% de execução, já o reservatório de Xanxerê está com obras 75% executadas e o reservatório de Xaxim 24% do total das obras foram executadas”, explica.
No momento, cerca de 100 pessoas estão envolvidas com a obra, entre trabalhadores das obras e colaboradores da própria Casan, time técnico, engenheiros, entre outros, mas isso depende da fase em que a obra se encontra em cada momento. A obra estratégica para o Oeste e para o estado catarinense como um todo deve trazer uma série de melhorias nas próximas décadas, na medida em que vai mitigar os efeitos das mudanças climáticas, principalmente da estiagem.
“Quando finalizarmos, estaremos confortáveis em relação à segurança hídrica da região atendida por este projeto. A tendência é de não termos mais problemas, independente da questão climática, e assim poderemos abastecer todo mundo o tempo inteiro”, completa o engenheiro.