Polícia Científica destaca personagens e conquistas que marcam o papel da mulher na instituição
A Polícia Científica de Santa Catarina (PCI) tem muito a celebrar no mês da Mulher, por conta dos avanços recentes alcançados por elas em termos de representatividade dentro da estrutura organizacional. Graças à política diferenciada do Governo do Estado em relação à presença feminina nas esferas administrativas, pela primeira vez em 106 anos de história uma mulher assume o cargo de perita-geral da Perícia Oficial catarinense.
A atual comandante da PCI, perita Andressa Boer Fronza, reconhece a importância que esta e outras ações inéditas praticadas pelo governador Jorginho Melo e pela vice-governadora Marilisa Boehm representam para a evolução da cultura institucional no serviço público. Para a perita-geral da Polícia Científica, esta gestão rompe barreiras até então intransponíveis e abre caminho para instituir uma organização pautada na oportunidade e competência.
“Não se trata apenas de passar o comando da instituição a uma mulher, mas de garantir que essa possibilidade seja real em todas pastas e escalões da Administração Pública de Santa Catarina. Na Polícia Científica também somos diretoras, superintendentes, coordenadoras e peritas-regionais. Sem contar o desempenho técnico de excelência das nossas peritas oficiais, papiloscopistas e auxiliares periciais”, ressalta.
Andressa Fronza também reafirma o compromisso da instituição com o atendimento especial dedicado às mulheres vítimas de violência. E cita como exemplo o projeto PCI por Elas, que oferece serviços prestados exclusivamente por mulheres para garantir atendimento digno e qualificado nesses casos.
“Além de profissionais, somos mães, esposas, filhas, irmãs e, sobretudo, mulheres. Sabemos da importância do acolhimento e da atenção nesses momentos de grande vulnerabilidade. De mulher para mulher, nossas servidoras fazem a diferença nesses momentos difíceis e, principalmente, eliminam os riscos da revitimização”, conclui.
As mulheres da PCI
Profissionais altamente capacitadas, gestoras competentes, servidoras dedicadas e mulheres com grandes histórias de vida. Essa é a essência do quadro efetivo feminino da Polícia Científica de Santa Catarina. Mulheres como a doutora Lilian Brillinger Novello, perita médica-legista há 15 anos na PCI, sendo 10 deles atendendo em plantões e cinco anos como diretora de Medicina Legal. Hoje coordena o Núcleo Especializado de Atendimento à Mulher e à Criança vítima de violência – PCI por Elas.
Mesmo com tantos desafios, para a perita Lilian o maior deles continua sendo o de conciliar diariamente a vida profissional com a vida de mãe e mulher. “A independência da mulher traz consigo a conhecida jornada tripla de trabalho, visto que depois de um dia produtivo retornamos para nossas casas para lidar com as tarefas do lar e dar atenção à família. Ainda assim, não recuamos na busca por igualdade e espaço. Temos cada vez mais mulheres em ambientes antes ocupados apenas por homens. As mulheres estão mais seguras de si e buscando sua independência nos diversos segmentos, dentre eles o financeiro”, comemora.
A perita criminal Renata Botelho Brasil também tomou decisões importantes para conciliar suas vidas pessoal e profissional ao longo dos 13 anos de carreira na Polícia Científica. Fonoaudióloga por formação, Renata começou no setor de Perícias em Áudio e Imagem, em Florianópolis, mas, logo transferiu-se para Rio do Sul por conta do seu marido, perito médico-legista que conheceu na Academia de Perícia. Lá foram 11 anos realizando perícias em locais de crime contra a vida e contra o patrimônio. Também foi gestora do Núcleo de Perícias, que atende uma região com 29 municípios. No ano passado voltou para casa, agora com seu marido e o pequeno Leonardo, de 8 anos
“Trabalhar no interior não foi nada fácil, pelo contrário, colecionei maneiras de resolver os mais diversos tipos de problemas, sejam eles administrativos, técnicos ou até mesmo familiares por estar em uma cidade desconhecida e sem parentes. Em meio aos períodos de sobreaviso, plantão, expediente, cursos, congressos e reuniões, sempre busquei ser uma mãe presente na vida escolar e emocional do meu filho, atenta a cada passo da sua evolução. Aliar maternidade, vida pessoal, vida profissional, ser uma boa esposa e ainda administrar os afazeres domésticos é um desafio constante e diário para as mulheres, mas, sejamos fortes e corajosas!”, defende a perita, que recentemente se capacitou na concorrida Academia Nacional de Polícia.
Outra apaixonada pela profissão é Silvana Ogliari Schurhaus, perita criminal da Polícia Científica de Santa Catarina desde 2005. Segundo ela, nem todas as dificuldades e perigos desse mundo – e não foram poucos – a fariam abandonar ou desistir da carreira que completa 18 anos. Casada e mãe de dois filhos hoje adolescentes (13 e 15 anos), a perita revela que enfrentou tempos difíceis quando precisava deixar os filhos pequenos com o marido para atender aos locais de crime na região de Xanxerê. Sozinha nas madrugadas, com chuva, neblina e estradas em péssimas condições de trafegabilidade, Silvana garante que nunca deixou que as adversidades lhe tirassem as coisas que mais amava e, principalmente, a esperança por dias melhores.
“Quando ingressei nos quadros da Perícia Criminal não havia tantas mulheres no meio policial. Realidade que mudou no decorrer desta última década, com o empenho e dedicação destas que ocuparam os espaços mais variados em todas as esferas públicas. Hoje temos a alegria de ter uma mulher no cargo de perita-geral, a primeira na história. Passados 18 anos, nossa realidade dentro da Polícia Científica mudou consideravelmente, mas os desafios continuam. Sou grata por ser mulher, que hoje deixou de ser sinônimo de sexo frágil para tornar-se sinônimo de coragem e força. Feliz Dia a todas nós, mulheres!”, conclui.
Para o mês de março a Polícia Científica planejou uma série de publicações em comemoração à mulher, divididas entre os temas “mulheres inspiradoras”, “PCI por Elas” e “Ciência e Justiça por mãos femininas”. Acompanhe no perfil policiacientificasc, no Instagram, e no PCISantaCatarina, no Facebook.