Foto: Ricardo Wolffenbuttel / Secom

Com 45.116 mil empresas e mais de 800 mil trabalhadores, o setor industrial de Santa Catarina é responsável por um Produto Interno Bruto (PIB) estadual de R$ 66,3 bilhões, equivalente a 5% da indústria nacional. O valor corresponde a 26,7% do PIB geral do Estado, que coloca SC no sétimo lugar no ranking brasileiro. Mesmo diante da pandemia, os bons números também foram confirmados na última pesquisa do segmento, que fechou março com um acréscimo de 36,5% em relação ao mesmo período de 2020. O resultado desponta como a maior alta entre os locais pesquisados e representa mais do que o triplo do avanço do país (11,9%).

Nesta terça-feira, 25, data em que se comemora o Dia Nacional da Indústria, ciente da importância do setor para o desenvolvimento do Estado e geração de empregos à população, o Governo catarinense mostra que tem cumprido com o seu papel de incentivar novos negócios por meio da Invest SC, assim como tem focado no estímulo ao crescimento da empresas, ao apoiar aquelas que querem aumentar a produção ou as novas, que desejam se instalar em Santa Catarina. Desde o início de 2019, mais de R$ 1,7 bilhão foram habilitados pelo Programa de Desenvolvimento da Empresa Catarinense (Prodec).

A Hidrofiltros, empresa que há 27 anos está no mercado de filtragem de água e, é pioneira no Brasil com a tecnologia Melt Blown, traz um bom exemplo da importância do auxílio do Governo no desenvolvimento dos que querem investir no Estado.

“Quando iniciamos a operação da Hidrofiltros eram apenas três sócios e contávamos com dois colaboradores. Em 2011, vendemos a empresa para um grupo americano. Já em 2017, eles resolveram deixar o Brasil e eu comprei a indústria. Após isto, em uma das viagens que meu filho fez, acabamos identificando que Santa Catarina seria o ponto adequado para nosso crescimento. Uma das questões bacanas aqui é o mindset das pessoas. Elas possuem uma visão positiva e vontade de realizar. O fato não é só percebido nos empresários, mas também nas instituições públicas, de uma forma geral. E foi com a ajuda da Invest SC, que em quatro meses estávamos instalados em Joinville”, conta o diretor-presidente Claudio Chaves.

Pela BR-101, mais de 50 carretas transportaram produtos, matéria-prima, máquinas, entre outros componentes para fazer parte da nova Hidrofiltros, no bairro Pirabeiraba. Neste mês, a empresa comemora dois anos de atuação em Santa Catarina. Mas, desde o início, o Governo catarinense seguiu apoiando a nova instalação.

“Em 2020 fomos habilitados pelo Prodec, tendo a estimativa de R$ 6 milhões em investimentos privados para nosso projeto de expansão e modernização da atividade produtiva do parque fabril, que permitirá a fabricação de itens não produzidos na região. A previsão é de gerar cerca de 110 novos empregos diretos”, celebra o empresário.

Coordenado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE), o Prodec já existe desde 1988 e tem como finalidade conceder incentivos à implantação ou expansão de empreendimentos industriais que vierem a produzir e gerar emprego e renda no Estado. Só em 2020, o programa habilitou mais de 600 empregos diretos e cerca de R$ 65 milhões em investimentos privados para Santa Catarina.

Incentivos não-fiscais

Para estimular o crescimento das pequenas indústrias no Estado, além dos programas existentes, o Governo de Santa Catarina atua com o auxílio não-fiscal, com suporte na parte dos licenciamentos, novos clientes, entre outras demandas. A empresa Durag Moto Peças foi uma das beneficiadas pela ação.

“A chave para que a gente montasse este negócio estava relacionado a atividade que eu gosto de praticar como lazer, o motociclismo. Eu sempre pratiquei a modalidade Off Road, então, gastava muito com peças. Desta forma, sempre tive a necessidade de comprar elementos para repor meus equipamentos. Até que um dia falei ao meu irmão Eduardo para investirmos em um negócio deste porte. Desta ideia nasceu a nossa sociedade e a Durag, em 2007”, explica o diretor industrial, Rafael Gaertner.

Como acontece com muitas empresas que iniciam o negócio, a Durag começou as operações no fundo do quintal da casa da mãe dos irmãos Gaertner, em uma cidade do interior, chamada Presidente Getúlio.

“A casa da minha mãe tinha um terreno nos fundos, aproveitamos uma extensão e construímos um pequeno galpão, atrelado a uma salinha que tinha. Eu diria que, esta maturação, como tudo que começa pequeno até conseguir crescer e ganhar a fidelidade do cliente, foram praticamente três anos. Neste momento, saímos apenas das vendas regionais e no Estado e chegamos aos mercados do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo”, comenta Rafael.

Mas a Durag, não parou por aí. Em 2014, os irmãos resolveram alugar uma estrutura maior. Já no ano de 2016, buscaram recursos através do BRDE e começaram em 2017 a construção do novo galpão próprio. Com a finalização do projeto em 2018, a empresa ganhou em produtividade e organização.

“Os programas do Governo de Santa Catarina, assim como os auxílios não-fiscais, são mais acessíveis que a gente pode imaginar. Porém, vejo que existe um desconhecimento por parte dos empreendedores e falta de busca destes recursos e ações pela classe industrial, como um todo. Eles são importantes para o crescimento da empresa e aumento de mão de obra”, enfatiza o diretor comercial Eduardo Gaertner.

Além das medidas citadas acima, a Durag também contou com a parceria da Invest SC, na prospecção de novos mercados. “Nos últimos três anos, o crescimento da empresa vem na casa de 50%. Conseguimos entrar em 2019 na primeira operação internacional, para o Paraguai”, destaca Eduardo.

A visão empreendedora dos irmãos foi muito além de fabricar peças e acessórios para motociclistas e suprir uma necessidade de hobby. Eles entraram em grandes campeonatos mundiais obtendo resultados surpreendentes. “Conseguimos colocar a marca Durag, do interior de Santa Catarina, nas principais competições do mundo. Isto trouxe uma visibilidade e muito reconhecimento do consumidor nacional. Devido ao fato, também entramos no mercado do Uruguai, Equador, Argentina e Bolívia, em 2020. Estamos negociando agora com os norte-americanos, mexicanos e colombianos”, finaliza o diretor comercial.

Com sede de crescimento, os sócios Gaertner, a partir de agora, seguem nos ajustes para a busca de apoio com o Prodec, com foco em mais expansão do parque fabril e geração de empregos.

Isto prova o quanto a indústria representa um dos principais motores da economia. “Para um Estado forte, também precisamos de uma indústria forte”, lembra o secretário da SDE, Luciano Buligon, ao reforçar os números do setor e a contribuição do Governo.

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