A ideia de diminuir o custo do transporte do grão em Santa Catarina por meio do transporte ferroviário surgiu em meados de janeiro deste ano, em um encontro com diversos empresários locais: Mario Faccin, Osmar Carboni, Claudio Costa, Gelmir Barh, João Leandro Locatelli Antunes, entre outros; juntamente com o secretário executivo da 9ª Agência de Desenvolvimento Regional (ADR), Dorival Carlos Borga, e o secretário de estado da Casa Civil, Nelson Serpa. O evento foi em Videira e seguiu para o estado.

“Santa Catarina consume muito mais que produz e esse gargalo compromete as atividades da agroindústria, prejudica o produtor de suínos, aves, pecuária de corte e leite, entre outros. Com base nesse problema discutimos alternativas surgindo a partir disso a ideia do transporte ferroviário. Costumo comentar que é nos momentos de crise que se cria oportunidades e que a partir do coletivo podemos progredir e se desenvolver” afirmou Dorival Carlos Borga.

Com base na ideia levantada na reunião, a 9ª ADR deu início a um trabalho de pesquisa e levantamento de dados, a fim de apresentar ao Governador João Raimundo Colombo, um projeto de viabilidade da proposta. O estudo foi desenvolvido e constou todas as etapas, apresentando soluções de logística para o estado.

Na última terça-feira, dia 1º, foi a vez da apresentação desse projeto. Em uma audiência convocada pelo Governador Raimundo Colombo e que integraram o vice-governador Eduardo Pinheiro Moreira; secretário de estado da agricultura, Moacir Sopelsa; presidente do Legislativo Estadual Gelson Merisio; Nelson Serpa da Casa Civil, Julio Fontana, presidente da Rumo ALL, empresa que detém a concessão da malha ferroviária brasileira; entre outras autoridades;  o secretário executivo Dorival Carlos Borga apresentou o projeto elaborado e constatou o otimismo dos presentes com a possibilidade relatada.

Reunião foi realizada na terça-feira, dia 1º de março

Segundo estudo de viabilidade, que utilizou índices da CEPA, Embrapa, entre outros órgãos, o déficit entre o consumo e a produção de milho no estado deve chegar a 3 milhões de toneladas na safra 2015/2016. As principais atividades do agronegócio que utilizam o milho também foram levantadas. Segundo dados o abate de frangos no Estado é de 881.753.454 cabeças; a de suínos é de 10.279.284; já o leite produz 2.9 bilhões de litros em 89 mil propriedades produtoras.

“Todas essas atividades sofrem grandes crises quando esse alimento da cadeia falta ou está a preços expressivos. Nosso objetivo foi sensibilizar o Governo para essa alternativa, que se apresenta viável para todas as partes envolvidas, e, a resposta foi positiva, com parecer favorável do governador e do presidente da Rumo ALL que definiu um grupo de trabalho, formado por integrantes do governo e da empresa ferroviária, para cuidar do andamento e implantação desse projeto” afirmou.

No projeto também foi apresentando uma sugestão viável para o processo. Com base nele o carregamento se daria no Alto Araguaia, em Mato Grosso, área que concentra o principal celeiro brasileiro, tendo uma margem de 200 km das principais cidades produtoras do grão como Rondonópolis, Primavera do Leste, Jataí, entre outras; percorreria a malha ferroviária até a cidade de Lages, em uma distância sobre trilhos de 2.317km.  Por sua vez a opção por Lages se deu pela centralização do estado, estando a uma distância inferior a 400 km dos principais municípios-chave da pecuária catarinense como Chapecó, Videira, Concórdia, entre outros. A opção por Lages também se dá devido ao município já possuir um sistema ferroviário atuante, atualmente utilizado para o transporte de combustíveis. Agora a Rumo ALL fará uma análise operacional e apontará o parecer, que será aguardado pelo grupo de trabalho, que deverá se reunir nas próximas semanas.

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