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Nos 60 anos de extensão rural em SC, agricultores mostram a importância do trabalho da Epagri

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“Os agrônomos vinham até as nossas propriedades e nos orientavam sobre a melhor forma de produção”, lembra Vicente Zamboni, hoje com 74 anos e a história de uma vida inteira na agricultura. Ele, que mora em Salto Veloso, conta que os 70 sacos por hectares de milho colhido multiplicaram-se para mais de 130 sacas por meio das orientações do serviço de extensão rural desenvolvido pela Acaresc, hoje Epagri.

Essa contribuição que se iniciou em Santa Catarina em 1956 com os Escritórios Técnicos em Agricultura (ETA), pulverizou-se em 1977, com a criação da Acaresc, que contava com mais de 1,2 mil profissionais ligados diretamente aos escritórios municipais. Nesse período, um dos agrônomos foi Valério Pietro Mondin, que da regional iniciou os atendimentos em Rio das Antas e posteriormente assumiu a coordenação regional do Programa de Fruticultura de Clima Temperado, uma das maiores contribuições do modelo para a região.

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“Lembro que quando iniciamos os trabalhos em Rio das Antas havia vários produtores pensando em se transferir para outras regiões e estados, devido aos solos esgotados e à baixa produção. Com orientações sobre correção, conservação do solo, adubações e novas tecnologias, os resultados positivos começaram a aparecer, animando os produtores e a nós, extensionistas, ampliando o sentimento de dever cumprido”, afirmou Mondin.

O engenheiro-agrônomo, quando integrou o Programa de Fruticultura, passou a coordenar um grupo de extensionistas que levavam as informações e orientações, em base, fruto da pesquisa, para o homem do campo. Os avanços como os das frutas de caroço, uva e maçã, principalmente, tiveram uma contribuição significativa por meio desse projeto.

A defesa contra geadas na fruticultura, que embasou o livro produzido por Mondin, conta com histórias e iniciativas desenvolvidas pelo programa. O engenheiro-agrônomo relata que diversos pomares inicialmente plantados, com quatro a cinco anos e já em idade de produzir, eram atingidos por geadas prejudiciais, comprometendo os resultados, desanimando e desmotivando os produtores. Nessa ocasião, foram intensificados estudos para tentar amenizar e defender esses pomares dessa situação.

Mondin evidencia que os primeiros testes desenvolvidos que apresentaram resultados positivos foram com o uso do fogo para evitar que a geada comprometesse a produção. Logo após foram desenvolvidos estudos com base da aspersão de água. “Assim que tínhamos um parecer favorável dos estudos e resultados das técnicas aplicadas, de forma imediata, o conhecimento era levado ao produtor”, destacou.

Com quase 30 anos de atividade na extensão, Mondin se aposentou pela Epagri e hoje tem, do trabalho de antigamente, o lazer. Em uma área criada aos fundos da sua casa, cultiva as principais frutas da região, todas para consumo próprio. “Como extensionistas, tínhamos um compromisso muito grande com a nossa comunidade, o produtor rural e sua família. Lembro das minhas primeiras férias, quando minha intenção era logo voltar ao trabalho e acompanhar as ações que estavam sendo implantadas. Hoje, o meu singelo pomar é uma forma de saborear um pouco de tudo que vivi e aprendi nessa atividade”, finalizou.

Novos desafios e novas conquistas

Com dois anos de serviço na área de extensão rural, Cassio Marques de Valois, de 28 anos, atua em Salto Veloso e afirma que o modelo é importante para o desenvolvimento das comunidades. Já abraçado pela comunidade local, Cassio atende de forma frequente mais de 65% das famílias de produtores do município. Com palestras, dias de campo e políticas públicas, quase 100% das famílias velosenses contam com o aporte da extensão oferecido pela Epagri.

60 anos 20160229 1889246999Na propriedade de Valdenir Zamboni, Cassio dá sua contribuição com orientações pontuais sobre olericultura. A demanda surgiu de um estudo de campo, que apontou a oportunidade dessa atividade para o abastecimento do mercado interno. Além das dicas sobre o plantio, Cassio repassou sugestões de projetos para contribuir com o financiamento da proposta. Por meio do Fundo de Desenvolvimento Rural (FDR), foram conquistados recursos, a juros subsidiados, para criação de duas estufas de 8×30, para cultivo protegido.

“Nossa proposta nesse serviço de extensão rural é contribuir com o produtor para que o mesmo tenha maior resultado em sua atividade. É um serviço em que o maior benefício conquistado é mais produção e renda ao agricultor”, afirmou.

Valdenir garante a satisfação. Ele conta que a Epagri é parceira do produtor e uma alternativa eficiente para o crescimento. “Quando optamos em trabalhar com a estufa de verduras foi a Epagri que repassou orientações, modelos de implantação, nos orientou sobre os recursos para a estufa, enfim, estiveram e estão disponíveis para nos auxiliar. Temos muito que agradecer e parabenizar pelo trabalho”, afirmou.

Epagri presente em quase 100% dos municípios catarinenses

Presente em quase que a totalidade dos municípios catarinenses, a Epagri, que foi a fusão da antiga Acaresc, com o setor de pesquisa, Empasc; continua trabalhando fortemente no serviço de extensão rural. Com o aporte das cooperativas e das empresas particulares na orientação aos produtores, a com a redução da força de trabalho na Extensão a Epagri decidiu por priorizar suas áreas de atuação, e na região de Videira são três departamentos específicos: bovinocultura, fruticultura e olericultura. Com 639 extensionistas, continua tendo um importante papel de fomentar o crescimento e o desenvolvimento do produtor.

Com o apoio do setor de pesquisa, a Epagri é a porta de entrada de informações e orientações aos produtores. Além da presença in loco na propriedade, o serviço de extensão ainda contribui com as políticas públicas de apoio ao setor como troca-troca de semente, calcário, programa irrigar, entre outros.

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“O maior retorno da Epagri é o desenvolvimento do produtor, com melhoria de produção e renda. É para isso que trabalhamos e é por isso que neste dia 29 de fevereiro temos muito o que comemorar. Enaltecendo os primeiros extensionistas, que desbravaram as regiões e multiplicaram seus conhecimentos. É uma história muito bonita de progresso que nos inspira hoje em dia a fazer cada vez mais”, afirmou Jonatan.

Na história da extensão rural, outro destaque interessante seu deu com a presença da extensionista social, que desempenhava funções de orientação sobre organização e limpeza dos lares, preparação de ambientes, educação ambiental, produção de alimentos para auto consumo e que hoje se fortalece também com criação de alternativas de renda, em especial, por meio do artesanato, do turismo rural e outras atividades geradoras de renda.

Segundo o secretário executivo, Dorival Carlos Borga, a data é digna de comemoração. “A contribuição por meio da transferência do conhecimento aos produtores exercida pelos extensionistas rurais foi fator preponderante para que hoje nossa região estivesse aonde está, e o progresso também passará por esses profissionais comprometidos com a atividade rural da nossa região e estado”, finaliza.

Mais informações para a imprensa:
Josiane Zago
Assessoria de Comunicação
Agência de Desenvolvimento Regional de Videira
E-mail: imprensa@vii.adr.sc.gov.br
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