DE OLIVEIRA RAMOS
Vidal José de Oliveira Ramos Júnior nasceu em Lajes (SC) no dia 24 de outubro de 1865, filho de Vidal José de Oliveira Ramos e de Júlia Batista de Sousa Ramos. Sua família dominou por muito tempo a política catarinense.
Fez os primeiros estudos com o professor Simplício dos Santos Sousa, na fazenda GuardaMor, pertencente a seu pai. Posteriormente, frequentou escolas públicas em Lajes e o Colégio Nossa Senhora da Conceição, em São Leopoldo (RS). Com a morte de sua mãe teve que retornar à cidade natal, perdendo os exames parcelados que realizava em Porto Alegre a fim de ingressar na Faculdade de Direito de São Paulo. Na mocidade colaborou ativamente na imprensa catarinense.
Ingressou na política em 1886, elegendo-se deputado à Assembleia Provincial de Santa Catarina na legenda do Partido Conservador. Apesar de sua posse ter sido contestada pelo Partido Liberal, sob o argumento de não ter ainda completado 21 anos, sua vitória foi reconhecida. Intendente de Lajes, elaborou a Lei Orgânica do Município. Foi reeleito deputado provincial em 1888 e, após a proclamação da República (15/11/1889), sempre na legenda do Partido Conservador, foi eleito deputado à Assembleia Constituinte de Santa Catarina, convocada em 1891. Exerceu o mandato até o final da legislatura, em 1895, sendo em seguida reeleito. Ainda em 1895 tornou-se superintendente municipal de Lajes. Em 1897 deixou a Assembleia estadual para assumir, no ano seguinte, uma cadeira como conselheiro municipal de Lajes.
Em 1902 elegeu-se vice-governador de Santa Catarina na chapa encabeçada por Lauro Müller. Em virtude da nomeação do titular para o Ministério da Viação do governo Rodrigues Alves (1902-1906), assumiu o governo do estado, em alternância com Antônio Pereira da Silva e Oliveira, em duas ocasiões: de 11 a 22 de novembro de 1902 e de 6 de março a 30 de outubro de 1905. Como governador, realizou a primeira grande reforma do ensino no estado e estimulou os padres jesuítas a desenvolverem o ensino médio na capital. Cuidou da melhoria dos portos, especialmente do porto de Laguna, construiu estradas de rodagem, estimulou a continuidade da colonização do sul catarinense e o saneamento de Florianópolis. Dinamizou ainda as atividades exportadoras, fazendo o estado representar-se na exposição de Saint Louis, nos EUA, e preocupou-se com a resolução dos problemas fronteiriços com o Paraná na região do Contestado, disputada pelos dois estados.
Elegendo-se deputado federal em 1905, assumiu sua cadeira na Câmara dos Deputados em maio de 1906. Reeleito em 1908, destacou-se como parlamentar na tentativa de resolver o problema do Contestado. Renunciou ao mandato em 1910, ao ser eleito governador de Santa Catarina, tendo como vice-governador Eugênio Luís Müller, irmão de Lauro Müller. De volta ao governo do estado em setembro de 1910, sempre preocupado com o ensino, convidou uma comissão de professores paulistas chefiada por Orestes Guimarães para elaborar uma reforma. Desse trabalho resultou a criação dos primeiros grupos escolares em Santa Catarina. Durante sua gestão estimulou ainda a agropecuária no estado
Fontes: Site: http://cpdoc.fgv.br/ acesso em 06 de outubro de 2016.