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ADERBAL RAMOS

DA SILVA

Filho do desembargador João Pedro da Silva e Rachel Ramos, Aderbal Ramos da Silva nasceu no Palácio do Governo de Santa Catarina, a 18 de janeiro, durante o governo de seu avô materno, Vidal José de Oliveira Ramos, iniciado em 1910.Fez seus primeiros estudos em Blumenau, onde o pai era juiz, no grupo escolar Luiz Delfino. Com oito anos voltou para Florianópolis onde estudou no Grupo Escolar Silveira de Souza e depois no Colégio Catarinense de onde saiu em 1927. No ano seguinte viajou para o Rio de Janeiro na condição de afilhado do Ministro da Viação do época, Vitor Konder. Permaneceu algum tempo como empregado do ministério à disposição do Ministro.

Bacharel em Direito pela Faculdade Nacional do Rio de Janeiro, em 1932, foi inspetor de Ensino Secundário e, quando da fundação da Faculdade de Direito de Santa Catarina, foi também seu primeiro Inspetor Federal. Dirigiu o jornal A República, órgão ligado ao Partido Liberal, e chegou a presidir o diretório municipal do partido.

Sua vocação política manifestou-se cedo. Discípulo de Nereu Ramos, em 1935, aos 23 anos de idade, foi eleito Deputado Estadual pelo PL (Partido Libertador) tomando parte da Assembleia Constituinte Estadual daquele mesmo ano. Casou-se em 1936 com Ruth Hoepcke com quem teve duas filhas, Anita e Sylvia. No ano seguinte, com a implantação do Estado Novo, voltou à advocacia, assessorando o seu tio, Nereu Ramos, no Governo.

Com a redemocratização do País em 1945, elegeu-se Deputado Federal para o período de 1946 até 1950, sendo um dos signatários da Constituição Federal de 1946. Eleito governador do Estado em 1947, tomou posse a 26 de março daquele ano, aos 35 anos de idade, sendo o mais jovem entre os governadores daquela eleição.

Recebeu o governo do último interventor federal, Udo Deeke, tendo administrado o Estado, com longos períodos e afastamento, até 31 de janeiro de 1951, quando transmitiu o cargo a Irineu Borhausen. Nos períodos de afastamento, por saúde, foi sucessivamente substituído por José Boabaid, presidente da Assembleia Legislativa.

Aderbal Ramos da Silva governou apenas dois anos e meio. Assumindo em 26 de março de 1947, a 20 de janeiro de 1948, menos de um ano depois, licenciou-se e só retornou no início de 1950. Acometido de grave enfermidade, passou um longo período em tratamento de saúde no exterior.

Do ponto de vista administrativo, sua ausência praticamente emperrou a máquina estadual, apesar dos esforços de Boabaid. Seus adversários costumavam dizer que aquele era um dos piores governos catarinenses de todos os tempos. E os jornais de oposição, o Diário da Tarde, pertencente a Adolpho Konder, e A Gazeta, dirigida por Jairo Callado, fazim duras críticas ao marasmo reinante, enquanto O Estado, pertencente a Adebarl desde 1946, procurava, sem muita convicção, fazer a defesa do Governo. Ao retornar ao posto, entretanto, Aderbal tentou recuperar o tempo perdido.

O Oeste foi uma das grandes dificuldades de seu governo. Até 1945 a região fazia parte do Território Iguaçu, recém criado pelo Governo Federal. Pela Constituição de 1946, o território foi reincorporado a Santa Catarina.

Assim, logo que assumiu, Adebal viajou para Chapecó lá permanecendo de oito a dez dias. Em uma de suas raras entrevistas, concedida pouco antes de morrer, recordou que foi preciso organizar tudo no município: “No antigo território não tinha quase nada, Tínhamos sido profundamente infelizes no território, sobretudo na parte do ensino. Foi uma grande luta.

Uma realização importante de sua administração foi o sistema de esgoto de Tubarão e Lages, implantado com recursos do Governo Estadual.

Durante seu governo, houve grande preocupação com o desenvolvimento da produção rural, foi criado o Serviço Florestal do Estado, bem como construída a adutora de Pilões e as torres que passaram a transmitir a energia gerada pela Usina Hidrelétrica de Capivari e Florianópolis. As duas últimas obras objetivavam resolver um problema que afligia a vida dos florianopolitanos na década de 40: a falta de água e de luz.

Foi em seu período administrativo que se consolidou a reforma da escola primária iniciada por Nereu Ramos. Foi nele ainda que ocorreu a conclusão e inauguração da maternidade Darci Vargas, em Joinville.

Ainda em Joinville, conseguiu que o Governo Federal encampasse a Empresul, empresa de capital alemão do setor de eletricidade e que era a proprietária da usina de Bracinho, no Vale do Itajaí.

 

Carreira Política:

  • Governador do Estado de Santa Catarina no período de 26 de março de 1947 até 31 de janeiro de 1951.
  • Deputado Federal – no período de 1946 até 1947.
  • Deputado Estadual, no estado de Santa Catarina – em 1935.

 

Fonte: DIÁRIO CATARINENSE, Governadores de Santa Catarina 1739/1993, Florianópolis, Editora DC, 1993. p. 67 a 70.

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