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Escola estadual de Chapecó é destaque em pesquisa e inovação 

Utilizar a pesquisa e a inovação como aliados no processo educacional é uma estratégia da Escola de Educação Básica Bom Pastor, em Chapecó

Usar a pesquisa e a inovação como aliados no processo educacional é uma estratégia que não está restrita apenas às instituições de ensino superior. Um belo exemplo disso pode ser encontrado na região Oeste de Santa Catarina, na Escola de Educação Básica Bom Pastor, em Chapecó. Uma das maiores escolas estaduais em número de alunos – mais de 2.000 estudantes no Ensino Fundamental e no Ensino Médio – a Bom Pastor tem apostado em um modelo de parceria entre professores e alunos na realização de projetos que vão além do ensino em sala de aula e tem resultado em um aprendizado diferenciado e reconhecido por meio de premiações. 

E a escola tem novo desafio na agenda: com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), estudantes irão participar da Fira Roboworld Cup 2023 (Copa do Mundo de Robótica), que ocorrerá de 17 a 21 de julho, na Alemanha. 

Fundada em 1947, a escola atende alunos dos municípios catarinenses de Caxambu do Sul, Chapecó, Cordilheira Alta, Guatambu, Seara, Xaxim e da cidade gaúcha Nonoai. A diretora-geral, Jane Beatriz Mohr dos Santos, evidencia a importância dos professores na promoção deste movimento que tem levado a Bom Pastor a se destacar. Ela, que é educadora há 25 anos na escola, acredita nos projetos desenvolvidos para colaborar com a formação diferenciada dos estudantes. “A escola empodera os alunos e um dos nossos objetivos é incentivá-los a participar de atividades, além da sala de aula. Sabemos que o professor pode ser uma grande inspiração para os estudantes e os motivam a buscarem mais. Por isso, acreditamos no poder dos projetos feitos aqui”, afirma.

A escola tem em seu currículo o reconhecimento em iniciativas como o Prêmio Inovação Catarinense Professor Caspar Erich Stemmer, organizado pela Fapesc. Em 2023, tem entre os finalistas da categoria Professor(a) Inovador(a), Oeliton Vieira Fortes e da categoria Jovem Estudante Inovador, Julia Freider, Marcos Vinicius da Silva Bezerra e Vittor Hugo Reolon. 

Teve em 2021 a ex-aluna Méllany Brigo como vencedora da categoria Jovem Estudante Inovador e em 2020, o professor Carlos Rutz em primeiro lugar como Professor Inovador e as então estudantes da Bom Pastor, Camila Vanin e Netaly Ghidolin Conte, em segundo lugar na categoria Jovem Inovador. 

Tanto Rutz, que é professor de Matemática, quanto Camila e Netaly, representaram o projeto mais antigo da Bom Pastor: a Oficina de Robótica. Criado em 2014 por Rutz, a oficina participa de competições regionais, nacionais e internacionais de robôs – montados do zero pelos participantes da Robotic League – coleciona mais de 40 troféus e acima de tudo, mostra a transformação que o trabalho em equipe e a pesquisa podem fazer na educação.

Recentemente, a Oficina de Robótica foi contemplada na chamada pública nº 19/2022 da Fapesc –  Fomento à Participação em Feiras de Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI) – Programa de Apoio à Participação em Olimpíadas Científicas, Feiras de Ciência, Tecnologia e Inovação e Competições de CTI Similares para a Rede de Ensino do Estado de Santa Catarina. Com o recurso de R$ 80 mil, quatro alunos e o professor Rutz irão participar da Fira Roboworld Cup 2023 (Copa do Mundo de Robótica), que ocorrerá de 17 a 21 de julho, na Alemanha. A Bom Pastor será a única escola catarinense com equipe de Ensino Médio a participar da competição mundial. 

Para o professor, a aprovação do projeto no edital de fomento é uma conquista também para toda a comunidade escolar e para a educação pública catarinense. “A oficina sempre buscou tornar os estudantes pessoas melhores, mais observadoras das suas realidades e cidadãos mais críticos. Os alunos da Bom Pastor estão prontos para representar o Brasil na Fira Roboworld Cup e tenho certeza que a experiência e o contato com estudantes de países onde vemos a tecnologia mais avançada, como China, Estados Unidos, Japão e Coréia do Sul, farão mais diferença ainda nos próximos anos do projeto. Nunca teríamos conseguido isso sozinhos. Somos muito agradecidos à Fapesc”. 

Não é apenas sobre robôs

No início da oficina, eram construídos pequenos protótipos, a partir de ideias dos estudantes para solucionar problemas. O trabalho foi evoluindo para a participação em competições. Em 2016, a equipe chegou, pela primeira vez, a uma final de campeonato. Dois anos depois, foi vencedora do Torneio Internacional de Robôs, em São Paulo, que reuniu participantes do Brasil, Chile, Uruguai, Argentina e Peru. “Os encontros semanais no Laboratório de Matemática passaram a ser diários e o projeto passou para um outro momento. Incluímos a pesquisa e escrita de artigos, o que colabora no aprendizado e dá ao estudante um sentimento de protagonismo e de responsabilidade por tudo o que está fazendo”, afirma Rutz.

Participação democrática

Todos os anos, são abertas 20 vagas, 10 para alunos e 10 para alunas

Para participar da Oficina de Robótica, o único requisito do aluno da Bom Pastor é estar no Ensino Médio. Todos os anos, são abertas 20 vagas, 10 para alunos e 10 para alunas, que não precisam ter conhecimentos prévios de programação e nem ser experts em exatas. No primeiro ano, os participantes recebem orientação de Rutz e de estudantes que estão há mais tempo na Robotic League – a partir do segundo ano de projeto, os alunos que se destacam viram monitores.

“Não cobramos dos novatos que saibam programação. Apenas que tenham vontade de aprender. E para isso, vão pesquisar, abrir os livros e buscar informações. Parte do aprendizado vem também da realização de visitas de estudo, de encontros com professores de universidades e participação de feiras e eventos relacionados com a tecnologia”, explica Rutz.

Histórias, memórias e conhecimento compartilhado

Mais que aprender e fixar conteúdos, um grande legado da Oficina de Robótica é o relacionamento interpessoal. Gabriele Rosseto, que passou pelo projeto, aponta a vivência com alunos de diferentes turmas e o sentimento genuíno de equipe como dois dos principais pontos fortes da oficina.

Ela reforça que o grupo foi feito para viver experiências, trocar e aprender e que o foco não é ganhar prêmios, mas que eles são consequência da construção feita. Ela afirma que a Robotic League promoveu uma transformação em sua vida. “Eu era extremamente tímida, mas a oficina aproxima os alunos e estimula muito a interação social. No meu segundo ano no projeto, virei monitora”. Além das atividades no Laboratório de Matemática da Bom Pastor, participou com outros monitores, de atividades em duas escolas públicas de Chapecó. “Com a orientação do Rutz, passamos conhecimentos com o objetivo de incentivar a criação de mais equipes de robótica do Ensino Médio. Nas competições ainda encontramos poucas equipes com esse perfil”.

Quando a estudante entrou no grupo, a primeira pessoa com a qual interagiu foi João Pedro Brunoni na época monitor e hoje, graduado em Engenharia de Controle de Automação pelo Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e mestrando em Engenharia de Automação e Sistemas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). “É uma característica dos professores da Bom Pastor criar oportunidades para os estudantes, e fazer parte da Robotic League marcou muito minha vida. A motivação recebida, a integração com colegas de outras turmas, o desenvolvimento de projetos em equipe, a participação em competições, o contato com a tecnologia, o estímulo à criatividade, as pesquisas e trabalho como monitor foram muito importantes para a minha decisão profissional”, afirma Brunoni. “A Escola Bom Pastor é referência, e esse ecossistema de pesquisa e inovação criado na escola pública traz fortes contribuições para a educação”, complementa.

Professor Carlos Rutz foi criador da Oficina de Robótica

Mais informações para a imprensa:
Milena Nandi 
Assessoria de Imprensa
Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de SC – Fapesc
E-mail: milena.nandi@fapesc.sc.gov.br
Telefone: (49) 98878-7828
Site: www.fapesc.sc.gov.br

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Escrito por:

ASCOM | FAPESC

Assessoria de imprensa Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina

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