Artigo de aluna de Zootecnia da Udesc Oeste analisa uso de queimadas por agricultores
Um artigo da acadêmica Fernanda Marques de Oliveira, do curso de Zootecnia do Centro de Educação Superior do Oeste (CEO), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), condena o uso de queimadas, prática comum utilizada por agricultores, especialmente no Sul do Brasil, no controle de pragas e plantas invasiva ou como parte da técnica de cultivo com o objetivo de renovar pastagens e preparar áreas para colheitas e plantio.
Publicado no suplemento Sul Brasil Rural, que é encartado quinzenalmente no jornal Sul Brasil e tem circulação em Chapecó e mais 12 municípios, o trabalho da aluna da Udesc Oeste observa que, em princípio, “parece haver apenas benefícios neste método agrícola por tratar-se de uma prática de baixo custo comparado a outras ações”.
Porém, ressalta Fernanda, as queimadas reduzem a fertilidade do solo, alterando seus aspectos físicos, químicos e biológicos com a diminuição da fauna e microbiologia do solo, a disponibilidade de nutrientes e de plantas benéficas. O método reduz também a umidade do solo e favorece o surgimento de processos erosivos.
“É justamente no solo que está alicerçada a base dos sistemas agrícolas e sua degradação gera prejuízos na estabilidade e produtividade das culturas e o aumento dos custos de produção”, enfatiza a acadêmica de Zootecnia.
Fernanda diz que a prática de queimadas é um método arcaico e é responsável também por outras “inúmeras degenerações ao meio rural, pois destrói a biodiversidade, elimina predadores naturais de pragas que antes eram apenas insetos, contribui para o aumento do efeito estufa pela emissão do dióxido de carbono, monóxido de carbono e óxido de nitrogênio”.
Além disso, interfere na qualidade do ar e o vento associado à baixa umidade do ar “pode alastrar o fogo provocando incêndios descontrolados”.
Alternativa
No artigo, elaborado com orientação do professor Paulo Ricardo Ficagna, do Departamento de Zootecnia da Udesc Oeste, a estudante lembra que o governo federal e instituições públicas e privadas desenvolvem ações para minimizar as conseqüências das queimadas na agricultura.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), por exemplo, oferece tecnologias alternativas para substituir o uso do fogo nos sistemas de produção, como consorciação de espécies de plantas das famílias das gramíneas por leguminosas, rotação da cultura com adubação verde, cobertura do solo para evitar erosão, respeito ao número de animais por hectare, no caso da pecuária, e uso de adubo orgânico.
A aluna diz ainda que a prática de queimadas na agricultura “persiste pela deficiência educacional” e por aspectos culturais dos agricultores.
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